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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, novembro 08, 2014

Brasil inaugura primeira refinaria de petróleo construída no Brasil em 40 anos. Mídia, baba ovo

Refinaria Abreu Lima entra em operação, mas grande imprensa esconde a boa nova

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Enquanto a mídia se perde em comentários superficiais sobre o próximo aumento da gasolina, nenhum destaque foi dado à entrada em operação da Refinaria Abreu Lima, em Pernambuco.
Foto: Acervo Petrobrás
Por Emanuel Cancella*
Trata-se da primeira refinaria construída no Brasil nos últimos 40 anos. A licença ambiental foi liberada em 3 de novembro. Nos próximos meses a previsão é de que estará abastecendo cerca de 20% das necessidades de óleo diesel do país. O Brasil hoje importa 10 bilhões de litros de óleo diesel.
Com sua indecente parcialidade, a “grande imprensa” está tentando esconder essa importante conquista. A construção das novas refinarias, em andamento, permitirá ao Brasil reduzir a importação de óleo e gasolina, com impacto direto no preço final desses produtos.
A atitude dos jornalões, revistas e canais de TV controlados por meia dúzia de famílias lembra a polêmica declaração do ex-ministro da Fazenda no governo FHC, Rubens Ricupero. Flagrado nos bastidores por um microfone aberto, durante entrevista ao jornalista Carlos Monford, da TV Globo, Ricupero soltou essa: “O que é bom a gente mostra, o que é ruim a gente esconde”.
Quanto o assunto é a Petrobrás, o que essa imprensa vergonhosamente partidarizada faz é exatamente o contrário: divulga e até inventa o que é ruim e “varre para baixo do tapete” – teria sido essa a expressão usada por Ricupero, na época – tudo o que companhia faz de bom.  Em breve estarão em operação as refinarias do Ceará, do Maranhão e o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), em Itaboraí, no Estado do Rio de Janeiro.
A conta-petróleo é um dos empecilhos para o crescimento do PIB. Com o aumento do consumo nos últimos anos, o país teve que importar gasolina. A Petrobrás acabou comprando mais caro e repassando o produto para o mercado interno com subsídio, gerando déficit. A construção das refinarias livrará o Brasil da dependência das importações.
Sendo o governo acionista majoritário da Petrobrás, a presidente Dilma justificou essa dicotomia - comprar mais caro e vender mais barato para o público interno – com base em dois argumentos: 1) Não onerar o consumidor; 2) Controlar a inflação.
Aliás, quem empurrou o Brasil para maior dependência da importação de derivados do petróleo foram os governos Fernando Collor e Fernando Henrique, ao sucatearem e privatizarem a nossa indústria petroquímica, antes controlada pelo capital nacional. Os governos Lula e Dilma tentam reverter isso. Com a construção das refinarias e reerguendo o setor petroquímico, o Brasil está mudando. Para melhor.
*Emanuel Cancella é diretor do Sindicato  dos Petroleiros do Estado do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP)
Fonte: Agência Petroleira de Notícias

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