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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, novembro 23, 2014

Se religião prestasse,


A Morte Fictícia de um Deus




Por Ana Burke.
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Os RELIGIOSOS pensam que mataram alguém que nunca morreu e devem se mortificar eternamente por isto. Pior, pensam que são assassinos poderosos, pois conseguiram matar um deus, um ser divino, imortal e são treinados a acreditar nisto e a repetir para si mesmos em cada culto, ou liturgia: “Por minha culpa…por minha culpa, por minha máxima culpa…”
Segundo conta a bíblia, o martírio deste Ser durou seis horas, mas o martírio de quem o segue deve durar por toda a vida. O preço cobrado pela mentira da salvação e da vida eterna é algo monstruoso.
E para expurgar esta culpa, ter matado alguém que ressuscitou, e sabia que iria ressuscitar, que não iria morrer, devem esquecer que estão vivos, que o mundo existe, se enterrar em uma caverna escura (igreja), onde eles têm suas mentes deterioradas e a sua inteligência embotada.
Se religião prestasse não seria obrigatória. O muçulmano que abandona o Islã é condenado e perseguido. O mórmom que abandona a seita vai ficar separado da família depois da morte, perde o paraíso prometido e a família entra em desespero. Qualquer Testemunha de Jeová que abandona a igreja é completamente marginalizado (é chamado de apóstata) e abandonado por toda a comunidade religiosa e, principalmente, pela sua família se arriscando a morrer na solidão, abandonado.
Qualquer pessoa que não tenha religião é marginalizada e tida como uma aberração, um satanás, um demônio que deve ser afastado para não contaminar as ovelhas. Perseguir é a ordem. Discriminar é mandatório e o resultado em muitos países é a morte daqueles que se recusam a beber do mesmo fel.
Se religião prestasse, não estaria imperando nos países mais pobres do mundo ou arrebanhando as pessoas mais ignorantes e carentes do planeta.
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Para saber mais sobre as Testemunhas de Jeová:
A Sentinela (15 de Julho de 2011). Não siga “falsos instrutores” pp. 15-16. wol.jw.org/. Página visitada em 2 de Março de 2014.
*A.Burke

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