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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, novembro 30, 2014

Centenas de estudantes norte-americanos fazem intercâmbio em Cuba

O cruzeiro estadunidense M.V.Explorer com 624 estudantes chegará neste sábado (29) em Cuba, onde permanecerá até quarta-feira (3), graças ao programa acadêmico Semestre no Mar. Este programa de estudos internacionais foi estabelecido em 1964 com o incentivo da Universidade da Virginia, em Charlottesville (EUA), e administrado pelo Instituto de Estudos a Bordo, que comemora 50 anos de criação.


Bryan Koop
Em 2013 os estudantes vindos dos EUA também visitaram Cuba.Em 2013 os estudantes vindos dos EUA também visitaram Cuba.
A primeira vez que uma viagem deste tipo aconteceu foi em 1999 e desde 2004 foram mais realizadas dez intercâmbios com Cuba, onde em sete ocasiões o líder histórico da Revolução cubana, Fidel Castro, recebeu os estudantes pessoalmente.

No entanto, como consequência das restrições impostas pela administração de George W. Bush em 2004, o programa acadêmico perdeu sua licença, concedida novamente no ano passado, o que ocasionou uma nova visita do programa à Ilha em dezembro de 2013.

Nesta 12ª edição chegarão junto com os 624 estudantes, 42 professores, 32 agentes administrativos e 11 viajantes. Ao todo 213 são homens e 496 mulheres.

Os estudantes pertencem a 248 instituições dos EUA, enquanto 54 pessoas são de outras nacionalidades.

Semestre no Mar tem como objetivo que seus participantes possam obter conhecimento de primeira mão sobre os países que visitam. O programa, atualmente, dura 106 dias, em 18 cidades de 16 países (começou em Londres e termina em Havana).

A escala em Cuba, centrada no conhecimento acadêmico a adquirir, inclui encontros com estudantes cubanos, conferências sobre a realidade cubana e visitas a lugares de interesse.

Os visitantes também acompanharão atos culturais na Universidade de Havana, um encontro esportivo, e percursos por bairros populares, além de conhecer projetos comunitários.

Fonte: Prensa Latina

*Vermelho

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