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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, março 06, 2015

Dilma Rousseff. sob pressão do pensamento único, reacionário, da Rede Globo

Na nossa Bandeira está escrito ORDEM E PROGRESSISTAS E NÃO ORDEM E RETROCESSO OU ORDEM E CONSERVADORES



Apareceu um ministro corajoso no Governo Dilma: Patrus Ananias ataca Rede Globo

Cesar Fonseca
http://independenciasulamericana.com.br/2015/03/patrus-ananias-ataca-rede-globo/
Nesta terça-feira (03), à noite na Arquidiocese de Brasília, diante do arcebispo Dom Sérgio da Rocha, considerado potencial candidato à presidência da CNBB, em debate sobre a conjuntura política, econômica e social, visando a reforma eleitoral[ a Igreja entra na luta contra financiamento privado de campanha, fonte primária da corrupção que assola o cenário político nacional], Patrus fez duro ataque à Rede Globo.
Denunciou que a tevê dos Marinhos reduz a pó o panorama cultural brasileiro, nivelando tudo por baixo, embecilizando a população.
Trata-se de samba de uma nota só.

globo
Que nos desculpe o grande Tom Jobim, autor do maravilhoso samba bossa nova , mas o fato é que o Brasil, sem voz alternativa, dispondo somente a da Globo, está sendo obrigado a engolir lixo cultural, versão da realidade montada nos laboratórios do (anti)jornalismo global.
Católico praticante, defensor do Cristianismo das catacumbas, resistente aos opressores, Patrus, pai do programa Fome Zero, no Governo Lula, destacou que é hora de a sociedade adotar a postura de Jesus, homem crítico, que atacou os poderosos, que se pôs ao lado dos mais fracos e oprimidos, que denunciou a exclusão social, que defendeu melhor distribuição da renda contra o poderio imperial de Roma concentrador dela, que lutou contra a hipocrisia[postura essencial da Rede Globo, que vive de verba pública, de concessão pública, mas que trai o público, para vender -lhe versão da realidade dos poderosos das finanças, que se empenham em parar as forças produtivas, na linha dos golpistas que avançam na Venezuela e na Argentina, justamente, a partir do apoio do poder midiático, serviçal dos especuladores, de Wall Street etc].
Patrus foi entusiasticamente aplaudido pela plateia que se revelou ávida por uma democratização da comunicação no País, interpretada pelo ponto de vista globeleza, comotentativa de censura, como se não fosse legítima a crítica ao oligopólio midiático que foge da controvérsia.
Como entender liberdade de imprensa, num País dominado por um grupo empresarial, ligado, desde o golpe de 64, aos interesses anti-democráticos, que atua oligopolicamente, dominando rádio, jornal, tevê, cinema, editora, bancos, empresas, bolsa, que reage à tentativa de promover concorrência midiática no país por lei de média destinada a democratizar a informação, considerando tal tentativa social, democrática, constitucional, como censura à informação?
Exemplo de fuga da controvérsia, da democratização da informação, da tentativa de ver a notícia pelos seus dois lados, atuando, dialeticamente, para promover o espírito crítico cidadão, é o programa de “debate” do jornalista – ou propagandista de Washington? -, William Waack, Globonews Painel, no qual somente comparecem os defensores do ponto de vista da banca, dos que acreditam que se combate à inflação subindo juros e cortando gastos, que entendem que salário é custo(inflação) e não renda(desenvolvimento), que gera consumo, emprego, arrecadação, investimento, crescimento, fortalecimento das forças produtivas etc.
Visão positivista, economicista, parcial.
A Rede Globo e seus analistas econômicos se encontram no século 19, na economia clássica, dominada pelo pensamento de Pigou, Marshall.
 globo 2
Ainda não saiu de Jean Baptiste Say.
Está à direita do Banco Central americano, que perto dos Marinhos, é revolucionário, por estar praticando o anti-neoliberalismo, a anti-austeridade econômica, nesse momento, para salvar o capitalismo da sobreacumulação de capital que paralisa o sistema.
Virou a globeleza escrava da fobia do equilibrismo orçamentário esquizofrênico, pautado pela padrão ouro, pela moeda monárquica, algo que, segundo  Malthus, “o maior economista de Cambrigde”(Keynes),  condena o capitalismo à paralisia, por não entenderem seus defensores(os neoliberais de hoje, tipo Joaquim Levy), que gasto público não é custo, é investimento, sem o qual a economia de mercado morre por si mesma, caminhando, celeremente, para a deflação, maior inimiga do sistema capitalista.
Globeleza, tal como cadáver insepulto, quer voltar ao útero materno.
Só Freu explica.
A Globo, ao se engajar, desesperadamente, anti-jornalisticamente, no discurso bancocrático-economicista, anti-capitalista, economicida,  de Joaquim Levy, de entender que subsídio à produção é dinheiro jogado fora, empobrece o pensamento social, nivela, como diz Patrus, por baixo a cabeça do povo, condenando-o à mediocridade.
Mas, não é essa função da Globo, anular a sociedade, mantendo-a como eterna alienada, de cabeça para baixa, na frente do cocho, qual gado?
Globeleza cuida, meticulosamente, de fugir da lógica do gasto público na economia monetária, cuja função, desde os anos 1930, foi a de salvar do abismo a economia do lassair faire, ao transformar o padrão ouro equilibrista em “relíquia bárbara”(Keynes).globo 6
Se gasto público, na avaliação global levyana, é desperdício de dinheiro, por que, então, não proibir destinação de gasto público com a Globo, concessão pública, que se empenha em deseducar o povo, desconhecendo o interesse público?
A Rede Globo se autocondena ao se evidenciar contrária ao interesse público.
Como diz o grande romancista Jack London, os oligopólios privados, expressão da sobreacumulação de renda sem limites, no processo capitalista, desenvolvem, dialeticamente, o seu oposto, o oligopólio público, para assegurar a sobrevivência do interesse público contra supremacia do interesse privado, egoísta, anti-social, desagregador etc.
Na pauta da Arquidiocese, o próximo debatedor será o ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, que prepara, não se sabe para quando, projeto de lei de média, para democratizar os meios de comunicação no Brasil.
Foi essa iniciativa, na Argentina, que criou o contrapolo à oligopolização midiática portenha, capaz de produzir a controvérsia no debate nacional.
O resultado desse processo histórico foi a mobilização social, crítica, no último domingo, em Buenos Aires – minimizada, desconhecida, é claro, pela Globo -, responsável por dar coragem à  presidenta Cristina Kirchner  para enfrentar os golpistas, os abutres internos da grande mídia, aliados aos abutres especulativos externos, manipuladores dos seus sócios internos anti-nacionalistas, menores, medíocres etc.
Sem a controvérsia midiática, que emergiu na Argentina, Cristina estaria paralisada, como, no Brasil, se encontra em tal situação a presidenta Dilma Rousseff. sob pressão do pensamento único, reacionário, da Rede Globo
*GilsonSampaio




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