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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, março 25, 2015

CUT exige resposta de Alckmin sobre metrô grátis no dia 15 de março

Requerimento que aguarda resposta está no Palácio dos Bandeirantes
Por CUT-SP

A Central Única dos Trabalhadores de São Paulo protocolou na última sexta-feira (20) um pedido de esclarecimento ao governador Geraldo Alckmin (PSDB), no Palácio dos Bandeirantes, sobre a liberação de catracas do Metrô, no último dia 15 de março, na estação Trianon-Masp, da Linha 2 – Verde, na Avenida Paulista. Até esta quarta (24), nenhuma resposta foi dada à CUT.

A medida foi tomada no final do ato de domingo, quando milhares de pessoas se reuniram em São Paulo para protestar contra a corrupção, programas sociais como o Bolsa Família e o governo federal, pedindo medidas de intervenção militar no país.

O serviço público em questão é operado pela Companhia do Metropolitano de São Paulo. Segundo vídeo publicado nas redes sociais e em reportagem da TVT (clique aqui), as catracas foram liberadas sem cobrança aparente de tarifas aos usuários.

O presidente da CUT São Paulo, Adi dos Santos Lima, avalia que nunca houve relato de qualquer liberação de catracas em atos que criticam o governo paulista ou em mobilizações nacionais realizados na cidade de São Paulo pelas centrais sindicais.

“A Central sempre esteve nas ruas com outros movimentos sociais. No dia 13 de março, nos reunimos em pelo menos 100 mil pessoas, mas, mesmo assim, não liberaram o metrô para que os militantes pudessem entrar sem pagar tarifa.
Queremos entender o motivo da liberação das catracas e se isso ocorrerá em outros atos que, porventura, venham a acontecer em São Paulo”.

Há dois anos, o Movimento Passe Livre (MPL) e organizações sociais conseguiram reunir milhares de pessoas no estado. Em São Paulo, os protestos foram considerados um marco na história do país. A principal pauta foi a não cobrança de tarifas no transporte público, mas nem assim houve qualquer medida semelhante tomada na gestão anterior do governo Alckmin.

Questionada, a assessoria de imprensa do Metrô disse que a resposta só poderia ser dada por telefone, sem envio de nota oficial por e-mail. “As catracas foram liberadas como decisão emergencial e pontual, porque o tumulto estava colocando em risco a integridade física dos usuários, para que não corressem risco de se machucar”.

Novamente questionada se para a liberação das catracas o critério é o tumulto nas estações, já que o presente vídeo não apresenta isso, a assessoria reforçou a prioridade na segurança dos usuários e não forneceu mais detalhes.

Confira também a reportagem da TVT:

*LihaDireta CUT

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