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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, março 28, 2015

ACABAR COM A TIRANIA CORPORATIVISTA

PROIBIR DOAÇÃO DE EMPRESAS PARA CANDIDATOS
Você sabe o que México, Canadá, França, Portugal, Polônia e Costa Rica têm em comum? Esses e outros 34 países proíbem doações de empresas para candidatos e gastam muito menos do que o Brasil para financiar suas campanhas eleitorais, de acordo com estudos conduzidos pelo Instituto Internacional pela Democracia e Assistência Eleitoral (Idea). Enquanto aqui as discussões sobre a reforma política se arrastam há décadas no Congresso sem que os principais partidos consigam chegar a um consenso, cada vez mais países proíbem ou impõem restrições às doações empresariais. Em nenhum outro momento, o povo brasileiro esteve tão engajado e consciente da importância da reforma para aprimorar nossa democracia. Não temos o direito de, mais uma vez, perder tempo e desperdiçar a energia das ruas. É hora de agir para combater a corrupção e diminuir a influência do poder empresarial sobre o Estado e as eleições. ‪#‎ReformaPolítica‬ já!
*ClaudiaMAriaBerto

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