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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, março 24, 2015

MIRA DO POVO: MANIFESTAÇÃO “FORA CUNHA” JÁ TEM MAIS DE 1 MILHÃO DE ADEPTOS

EventoCunha
Mais de um milhão de pessoas já confirmaram presença em uma manifestação que pede a saída do presidente da Câmara dos Deputados; mobilizações na rede contra o parlamentar evangélico se intensificaram principalmente depois que o ministro da Educação, Cid Gomes, deixou o cargo por criticar Cunha e outros deputados 
Por Redação
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), entrou na mira das ruas. Em um momento de forte insatisfação da população para com as instituições políticas, o parlamentar evangélico vem se tornando, nos últimos dias, o principal alvo de críticas de internautas. Um evento no Facebook que pede sua saída do Congresso já conta com mais de um milhão de pessoas confirmadas. O ato está marcado para acontecer no dia 30 de abril, no vão livre do Masp, em São Paulo.
Entre outros eventos, páginas e hashtags de ojeriza ao deputado, como a #ForaCunha, a insatisfação com o parlamentar ganhou força principalmente depois de, na última quarta-feira (18), o ministro da Educação Cid Gomes ter deixado o cargo em decorrência de uma discussão com Cunha na Câmara. O episódio acabou escancarando o abuso de poder que exerce sobre o governo federal.
Cid Gomes havia sido chamado pelos parlamentares para prestar esclarecimentos sobre uma declaração em que afirmava que a Câmara dos Deputados, em sua maioria, era composta por “achacadores”, incluindo Cunha. Como, na ocasião, o ex-ministro sustentou sua afirmação, Eduardo Cunha chantageou o governo e determinou que caso Cid Gomes não deixasse o cargo, o PMDB deixaria a base de Dilma.
O episódio ganhou grande repercussão nas redes, fazendo com que começasse a surgir uma série de manifestações em apoio a Cid Gomes e comparações de Eduardo Cunha com Francis Underwood, personagem da série House of Cards que, através do seu jogo político, torna-se um dos homens mais poderosos do país – como Cunha, que hoje é o terceiro nome na linha sucessória da nação.
Na página do evento contra Cunha no Facebook, são listados alguns motivos pelos quais a população deveria ir às ruas contra o deputado que preside a Câmara:
“Religião e política não se misturam! 
- É contra a legalização do aborto 
- É contra o casamento igualitário 
- É contra a adoção por LGBTT 
- É contra a democratização da mídia 
- É a favor da TV Câmara nas mãos da TV Record 
- É contra a legalização da maconha”
Além das manifestações de internautas, Ciro Gomes, irmão mais velho do ex-ministro da educação, também vem ajudando o movimento a ganhar força. O ex-ministro da Integração Nacional do governo Lula compartilhou em seu perfil do Facebook uma página que pede a renúncia de Eduardo Cunha, logo após o afastamento do irmão do cargo.
“Falar a verdade neste País, especialmente, nestes tempos, custa muito caro. Mas acho que esse preço tem que ser pago, porque quem faz história não são os pilantras que hoje dominam a cena nacional e sim os homens que não se abatem diante dos constrangimentos”, afirmou ao comentar o episódio envolvendo Cid.
Brasil29

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