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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, março 10, 2015

Oposição assume frente de protestos que eles diziam ser "espontâneos"

Depois de muito negar a participação nas mobilizações contra o governo da presidenta Dilma Rousseff, dizendo se tratar de uma ação "espontânea" e "popular", o PSDB, DEM, PPS e Solidariedade assumiram abertamente a participação nas manifestações previstas para 15 de março.


  
A mudança de postura acontece após lideranças políticas denunciarem o patrocínio da oposição em ações pelo golpismo. O vice-presidente do PT, Alberto Cantalice, e o secretário nacional de Comunicação do partido, José Américo Dias, apontaram o patrocínio das oposições às mobilizações contra a atual gestão.

“O Solidariedade participará com bandeiras, camisetas e três carros de som”, garantiu o deputado Paulinho da Força (SD-SP).

“Nós do PPS vamos ao ato com bandeiras do Brasil. Queremos quebrar esse preconceito de que a manifestação não pode ser política”, assumiu Roberto Freire, presidente do PPS.

No PSDB, cujas lideranças se reuniram na segunda-feira (9) no Instituto FHC, não há mais o que tentar esconder. Eles apoiam movimentos como o ‘vemprarua’ e o ‘ondaazul’, diretamente ligado ao partido, que buscam repercutir o pensamento da legenda nas redes sociais e ampliar as mobilizações nas ruas.

Financiado pela golpismo

“Tem circulado clipes eletrônicos sofisticados nas redes, o que indica a presença e o financiamento de partidos de oposição”, afirmou José Américo, após o chamado “panelaço esmaltado", que aconteceu no domingo (8).

Vale ressaltar que, em dezembro do ano passado, pouco depois da derrota nas eleições presidenciais, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) convocou um protesto – ao qual não compareceu – contra o governo Dilma. Era um ato organizado pelo movimento 'vemprarua', liderado pelo executivo Fábio Tran, que espalha mensagens contra o PT e a presidenta Dilma. Pesquisa desmascarou que o domínio “vemprarua” estava registrado em nome da Fundação Estudar, do bilionário Jorge Paulo Lemann.

O presidente do DEM, Agripino Maia (RN), denunciado ao Supremo Tribunal Federal por receber propina de R$ 1,1 milhão no Rio Grande do Norte, despistou. “Minimizar a manifestação maciça de brasileiros durante um pronunciamento de uma presidenta em rádio e televisão é não entender o ineditismo do fato”, disse.



Fonte: Agência PT de Notícias, com informações do Brasil 247

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