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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, maio 03, 2010

EUA - Cientistas americanos pedem fim do bloqueio a Cuba




EUA - Cientistas americanos pedem fim do bloqueio.
Estados Unidos

Cientistas dos EUA elogiam saúde cubana e pedem fim do bloqueio



Os Estados Unidos devem por fim às restrições ao comércio de medicamentos que impõem contra Cuba há 50 anos no contexto do bloqueio econômico, na opinião da revista científica Science, que reflete a opinião dos cientistas e é considerada uma das melhores publicações do gênero no mundo. “Uma melhor política inclusive seria a eliminação total do bloqueio comercial”, defenderam em um artigo os professores Paul Drain e Michele Barry, da escola de Medicina da Universidade de Staford.

Os dois afirmam que o fim do bloqueio permitiria que os Estados Unidos estudem e aprendam com o exitoso sistema universal de saúde cubano. “Apesar de meio século de bloqueio, Cuba possui melhores resultados em saúde pública que a maioria das nações da América Latina”, escreveram. Seus êxitos, agregam, são comparáveis aos dos países mais desenvolvidos.

Em relação à América Latina e ao Caribe, Cuba exibe a mais alta taxa de expectativa de vida (78,6 anos), assim como o maior número de médicos por habitantes (59 para cada 10 mil). Possui também a menor taxa de mortalidade infantil (5 para cada mil nascimentos) e entre crianças (7 em mil), segundo Drain e Barry.

Cuba também tem “um dos maiores índices de vacinação e de nascimentos de todo o mundo, atendidos por especialistas em saúde”. Esses feitos, estimam, se deve principalmente à ênfase que Cuba confere à atenção primária à saúde, mais do que a magnitude dos recursos financeiros disponíveis para o sistema médico nacional.

Mediante à educação popular sobre a prevenção de enfermidades e promoção da saúde, Cuba depende menos de recursos médicos para manter uma população saudável. Os Estados Unidos ganhariam estudando a experiência exitosa da Ilha e adotando algumas de suas políticas para o setor e isto também poderia ser um bom primeiro passo para a normalização das relações entre Cuba e os Estados Unidos, concluem os professores no artigo publicado pela Science.

Fonte: Prensa Latina

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