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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, novembro 05, 2010

Brasil: Continuidade e aceleração



O Brasil conseguiu cumprir com antecipação a meta de redução da pobreza acordada no contexto dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio estabelecidos em Nova York, em setembro de 2000, por 170 chefes de Estado e de governo convocados pelas Nações Unidas.

Por Dilma Rousseff
[04 de novembro de 2010 - 13h54]
O Brasil conseguiu cumprir com antecipação a meta de redução da pobreza acordada no contexto dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio estabelecidos em Nova York, em setembro de 2000, por 170 chefes de Estado e de governo convocados pelas Nações Unidas. O prazo fixado para o cumprimento da meta é 2015.

Políticas públicas orientadas para fazer do Brasil um país sem miséria foram adotadas com o maior vigor nos últimos oito anos, a partir de um projeto que garante o desenvolvimento econômico junto com a inclusão social.

Pela primeira vez em muitas décadas em nosso país o crescimento econômico e a distribuição da renda caminharam lado a lado e hoje somam 28 milhões as pessoas que deixaram para trás a pobreza extrema neste período, ao mesmo tempo em que 29 milhões de pessoas ascenderam socialmente à classe média neste país de 192 milhões de habitantes.

Mas ainda nos resta muito a fazer. Temos a absoluta convicção de que alcançar a condição de nação desenvolvida impõe como requisito a erradicação da miséria e exige que todas as brasileiras e todos os brasileiros tenham acesso a condições de vida que lhes assegurem dignidade e cidadania. A superação das chagas históricas de pobreza e desigualdade no mundo exige, ainda, uma correlação internacional de forças mais favoráveis a mudanças desta natureza.

Por esta razão, estamos convencidos de que a nova relação política do Brasil com o mundo é a outra face das transformações sociais. De fato, nosso país é parte do grupo das 20 maiores economias do mundo, o G-20, criado em 1999, do Bric, integrado por Brasil, Rússia, Índia e China, e do Ibsa, formado por Índia, Brasil e África do Sul.

O compromisso que assumimos sobre a erradicação da miséria será perseguido prioritariamente durante os próximos anos. Uma nova geopolítica global deve levar em conta os desafios contemporâneos internacionais: a vitória contra a pobreza e as desigualdades, bem como a concretização de um modelo de desenvolvimento ambientalmente sustentável, são alguns desses desafios.

Também sabemos que não pode haver paz sem desenvolvimento econômico e social. Em razão de suas realizações no passado recente e de acordo com a posição que ocupa no presente, o Brasil sabe que tem uma enorme contribuição a dar ao futuro do planeta.



A partir do ENVOLVERDE: http://www.envolverde.com.br/materia.php?cod=83054&edt=1

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