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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, dezembro 06, 2010

Tudo registrado em Cartório





O Presidente Lula vai realizar uma cerimônia no próximo dia 15 para marcar o registro em cartório de livros com as ações, obras e gastos que cada ministério fez durante os oito anos do seu governo. O objetivo, de acordo com o presidente, é dar publicidade aos feitos de sua administração para que “quem vier a escrever a história deste país daqui a 50 anos não enxergue um só lado da moeda”.

Ministros e ex-ministros que participaram do governo Lula estão sendo chamados para o evento, que será realizado no Palácio do Planalto. O presidente solicitou a cada pasta que preparasse o material com o seu balanço, para que todos os livros pudessem ser registrados na cerimônia.

Na segunda-feira passada (29), durante a inauguração de universidades federais, o presidente relatou que o ministro da Educação, Fernando Haddad, já havia entregado o balanço relacionado à sua área.

- Este material que o Fernando me entregou, este livro, no dia 15, agora, nós vamos registrar em cartório tudo o que foi feito em cada ministério, tudo. Cada ministro vai vir aqui, nós vamos ter uma sessão, e vai ser assinado em cartório cada centavo que foi gasto, cada obra que foi feita, o que não foi feito.

O presidente disse que mandará cópias do material para universidades, sindicatos, Congresso Nacional e talvez “uma para cada redação de jornal, para todo mundo ter”. Ele disse que a medida visa superar uma “falta de carinho” que os brasileiros têm com sua própria história.

- Nós não temos história, ou seja, as coisas não são guardadas com o devido carinho. Então, eu acho que é uma contribuição que a gente vai dar, inclusive, para o futuro governo.

*osamigosdaPresidentaDilma

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