Absurdos exigidos pela FIFA para Copa 2014
Se não
for nesta semana, como parece que não será, na próxima a Câmara dos
Deputados estará votando a chamada Lei da Copa, regulamentando
princípios para a perfeita realização de maior certame mundial de
futebol, em 2014.
Perfeita? Nem pensar, do jeito que as coisas vão, porque para
conquistar a designação do Brasil para a Copa, o então presidente Lula
fez concessões absurdas à Fifa, comprometendo-se a aceitar exigências
que contrariavam nossa legislação e até artigos da Constituição.
“Depois
da festa dos cravos há que esperar a conta do florista” – dizia o
cômico Raul Solnado em seguida à revolução que derrubou a ditadura em
Portugal. Aqui, do outro lado do Atlântico, é a mesma coisa. A Fifa
impôs e constam do projeto agora em discussão abusivas disposições, como
o fim da meia entrada para estudantes, nos estádios onde se realizarão
os jogos; a venda de apenas uma marca de cerveja nos estádios, por
coincidência aquela que patrocina a entidade internacional; a proibição
de propaganda de produtos esportivos, alimentos e bebidas concorrentes
dos que financiam a Fifa, nas ruas e avenidas que demandarem os
estádios; compromisso do governo brasileiro de arcar com despesas
decorrentes de inusitados acontecidos nas capitais escolhidas para
sediar as partidas – e outros absurdos.
Pois
agora apareceu mais um: a Fifa exige a proibição de greves e sucedâneos
nas cidades escolhidas para abrigar os jogos, alegando prejuízo de
bilheteria caso se vejam paralisados os transportes coletivos, os
restaurantes, a hotelaria, os funcionários dos estádios e similares.
Convenhamos,
trata-se de rasgar a Constituição brasileira, que prevê o direito de
greve para todos os trabalhadores. Uma espécie de imposição nazista ou
de ucasse stalinista. Uma humilhação sem paralelo em nossas relações
internacionais. Com a palavra os deputados.
escrito por Carlos Chagas
*Briguilino
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