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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, março 05, 2012

Assessor da Presidência chama Valcke de ‘vagabundo’

 


HANNOVER, Alemanha - O assessor especial para assuntos internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia, chamou neste domingo o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, de “vagabundo” por ter dito que o Brasil não estava organizando a Copa do Mundo como deveria e, por isso, merecia um “pontapé no traseiro”.

- O interlocutor (da Fifa) já está riscado. Esse cara é um vagabundo! - reagiu, pouco depois de chegar a Hannover, na Alemanha, na comitiva da presidente Dilma Rousseff.

Garcia disse que a presidente não discutiu isso à caminho da Alemanha:

- Imagina! A presidente tem coisas melhores para se irritar do que com os comentários de um boquirroto.

Garcia se mostrou particularmente irritado com a linguagem que Valcke usou e disse que não acredita que ele estivesse falando em nome da Fifa:

- Não me parece que bunda seja uma palavra diplomática, mesmo se traduzir como traseiro…

Ele disse que Valcke “mordeu a língua”:

- É um boquirroto. Ele não criou um problema para nós: criou um problema para a Fifa.

Garcia aproveitou para alfinetar Valcke como francês:

- Para aí: os franceses nunca se deram bem no colonialismo no Brasil...

Quanto ao mérito da crítica, o assessor especial da presidência disse que o Brasil vai ter o mesmo ritmo dos europeus e vai fazer (as obras necessárias) “do nosso jeito”.
*Brasilmostraatuacara

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