Demóstenes Torres sumiu da mídia
Nenhuma
manchete na Folha ou no Estadão. Nenhum comentário no Jornal Nacional
da TV Globo. Nenhuma chamada de capa na Veja. Mistério! Será que o
senador Demóstenes Torres (DEMo-GO), assíduo freqüentador da mídia
nativa, morreu ou encontra-se desaparecido? Como "paladino da ética", o
líder dos demos não tem nada a falar sobre a Operação Monte Carlo da
Polícia Federal?
Na quarta-feira
passada (29), agentes da PF efetuaram a prisão de Carlos Augusto Ramos, o
famoso Carlinhos Cachoeira. Um dos maiores mafiosos do país, o bicheiro
explorava uma rede de caça-níqueis e de cassinos ilegais em cinco
estados brasileiros. Apenas em Goiânia e Valparaíso, nas cercanias de
Brasília, os seus cassinos rendiam cerca de R$ 3 milhões por mês.
As relações políticas do mafioso
Com
base nos documentos apreendidos e em 200 horas de escutas telefônicas, a
Operação Monte Castelo concluiu que Carlinhos Cachoeira possuía forte
influência na política goiana. Ela mantinha jornalistas na sua folha de
pagamento, contava com uma rede de espionagem ilegal e nomeou vários
integrantes para a área de segurança (segurança!) do governo tucano de
Marconi Perillo.
Além disso, os
grampos autorizados pela Justiça revelaram várias conversas do mafioso
com o “ético” Demóstenes Torres, líder do DEM no Senado. De acordo com
as investigações, em julho do ano passado Carlinhos Cachoeira deu um
generoso presente de casamento para o senador goiano: uma cozinha
completa. Há indícios também de financiamento ilegal de campanhas
eleitorais.
O pitbull da Veja ficou mudo
Até
agora, o demo só confessou a sua relação com o bicheiro. “Sou amigo
dele há anos. A Andressa, mulher dele, também é muito amiga da minha
mulher”. Mas, pobre inocente, disse desconhecer suas práticas mafiosas.
“Depois do escândalo Waldomiro Diniz, eu pensei que ele tivesse
abandonado a contravenção, e se dedicasse apenas a negócios legais”. O
demo mais nada falou e sumiu!
A
mídia venal, por sua vez, parece disposta a fazer o mesmo. Quer sumir
com o escândalo, abafá-lo. Até quem vivia bajulando o líder do DEM está
quieto. Reinaldo Azevedo, o pitbull da Veja, já chegou a exaltar “a
coragem de Demóstenes” no combate à “corrupção lulopetista” e às forças
de esquerda. Num texto recente, o metralha da mídia do esgoto escreveu:
“Rigor penal contra o crime”
“Admiro
a sua atuação política, como sabem os leitores deste blog. Nem sempre
concordo com ele. Mas sempre lhe reconheço a argumentação consistente e
corajosa... Demóstenes afirma, e eu concordo, que um dos males do país
são as oposições, muitas vezes, querem se parecer com o governo.
Defende, entre outras tantas, maior rigor penal contra o crime...”.
Será que Reinaldo Azevedo vai defender agora “maior rigor penal contra o crime”, a começar pela cassação do mandato do demo?
*MiroLigações entre Demóstenes e Cachoeira seriam para resolver questão amorosa
O
bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e o senador
Demóstenes Torres (DEM-GO) conversaram por telefone 298 vezes entre
fevereiro e agosto de 2011, como mostram as transcrições feitas pela
Polícia Federal (PF) para a Operação Monte Carlo. O empresário da
jogatina e o senador trocaram, em média, 1,4 ligação por dia no período.
Falavam-se diariamente, até mais de uma vez por dia. Ao Correio,
Demóstenes deu uma justificativa de cunho sentimental para a proximidade
ao empresário — ou “professor”, conforme expressão usada pelo
parlamentar para se referir ao contraventor: “A mulher do meu suplente
(Wilder Pedro de Morais) o deixou e passou a viver com Cachoeira. Eu e
minha mulher tivemos de resolver esse problema. Por isso houve tantas
ligações e encontros”.
Os
policiais federais que fizeram as transcrições das conversas
telefônicas, cuja quebra de sigilo foi autorizada pela Justiça Federal
de Goiás, encontraram referências aos presentes dados por Cachoeira ao
senador e ao prefeito de Águas Lindas de Goiás, Geraldo Messias (PP).
Demóstenes ganhou do bicheiro uma cozinha importada dos Estados Unidos,
com fogão e geladeira, avaliada em US$ 27 mil (R$ 46,7 mil, pela cotação
do dólar de sexta-feira). A constatação do presente aparece numa fala
de Cachoeira, dizendo ao senador que enviaria a cozinha. “Minha mulher é
advogada e boa cozinheira. Nos casamos em 13 de julho do ano passado, e
a mulher de Cachoeira nos prometeu um bom presente”, justifica o
senador. O prefeito de Águas Lindas foi agraciado com uma viagem a Las
Vegas, nos Estados Unidos, conforme as transcrições feitas pela PF.
Geraldo Messias confirmou ao Correio que fez a viagem, em maio de 2011,
com a mulher, e disse que o hotel foi pago pelo bicheiro. “Ele não pagou
a viagem, mas deu para nós a estadia. O hotel é de uma pessoa ligada a
ele.”
No Correio BrazilienseFuro de reportagem: A última conversa de Demóstenes com Cachoeira
Sugestão de @GersonCarneiro
A imprensa divulgou que teria sido 298 ligações, porém @GersonCarneiro garante que houve a ligação de nº 299. Ouça...rs
A imprensa divulgou que teria sido 298 ligações, porém @GersonCarneiro garante que houve a ligação de nº 299. Ouça...rs
*Martiadapenhaneles
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