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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, março 17, 2012

Direito de resposta é aprovado na CCJ do Senado

 


Direito de resposta é aprovado na CCJ do Senado
Publicado em 15-Mar-2012no blog do Zé Dirceu
Todo apoio ao projeto de lei aprovado, ontem, pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado que regulamenta a Constituição, garantindo o direito de resposta em veículos de comunicação social. A decisão deverá preencher uma lacuna. O direito, no passado, era tratado na Lei de Imprensa, a qual foi revogada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2009.

Falta, agora, a garantia ao direito de imagem.

Isto é o mínimo que se poderia desejar num país onde não existe regulação e era letra morta o direito de resposta e imagem. Afinal, apesar de assegurados na Constituição em igualdade de condições, com a liberdade de expressão e a proibição de censura, o direito de resposta estava relegado ao limbo.

Internet será submetida às mesmas regras

De acordo com a proposta aprovada, o ofendido por matéria jornalística tem, sim, assegurado o direito de resposta “gratuito e proporcional ao agravo”. Conta, ainda, com um prazo de 60 dias, a partir da primeira veiculação do conteúdo, para solicitar a reparação da matéria.

O direito de resposta é estendido, inclusive, a todos os veículos que tenham divulgado, publicado ou republicado, transmitido ou retransmitido a reportagem questionada. O conteúdo na internet segue as mesmas regras, à exceção dos comentários de leitores que não estarão submetidos às normas em questão.

A proposta - aprovada por unanimidade na CCJ em caráter terminativo - segue agora para votação na Câmara dos Deputados. Vamos acompanhar de perto sua tramitação.

*Brasilmobilizado

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