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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, março 15, 2012

EUA executa 64 no Iêmen com drones

 

Via Hora do Povo
64 civis foram assassinados em ataques de aviões teleguiados dos EUA (drones) contra regiões do sul do Iêmen, durante os dias 9, 10 e 11 de março, denunciaram fontes locais à rede CNN.
Lideranças e autoridades da província de Bayda assinalaram que as incursões aéreas perpetradas por cinco drones do Pentágono não atiraram contra esconderijos do grupo Al Qaeda, como foi declarado pelo governo central iemenita,mas contra a população civil da cidade de Jaar e imediações.
Os Estados Unidos, trabalhando em conjunto com as autoridades do país árabe, têm usado essas aeronaves repetidamente para atacar a resistência guerrilheira que, expandiu suas operações particularmente no sul do Iêmen durante os meses de levantes que paralisaram o país e acabaram por depor o ex-presidente Ali Abdullah Saleh, que foi substituído depois de uma eleição em fevereiro por Abd-Rabbu Mansour Hadi.
Único candidato às eleições presidenciais do Iêmen, Mansour Hadi, vice do presidente derrubado por milhares de pessoas nas ruas durante várias semanas, foi eleito na base da repressão e dos recursos fornecidos pelos EUA. O Iêmen abriga uma base militar naval norte-americana na Ilha de Socotra.  
*Gilsonsampaio

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