Incêndios em Favelas de SP e desapropriação: coincidência?
Já faz algum tempo venho estranhando os incêndios que acontecem nas favelas de São Paulo, e logo a seguir vem a desapropriação. Também é sabido publicamente que o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab tem grandes interesses imobiliários.
Mais
uma vez acontece um incêndio acompanhado da “estranha” coincidência de
logo após a prefeitura pressionar os moradores a deixar o local. Foi em
fevereiro, na Favela do Coruja no bairro Vila Guilherme, e cerca de 60
famílias atingidas continuam sem ter onde morar. Parte dessas famílias
está abrigada em igrejas da região. A administração do burguês higienista Gilberto Kassab pretende desalojar outras 40 para construir uma avenida no local, de acordo com a Rede Brasil Atual.
Ainda
de acordo com o portal de notícias, a prefeitura oferece aos moradores
auxílio inicial de RS 1.200 e a inscrição no programa Parceria Social,
com o ínfimo valor de auxílio moradia de R$ 300 por 30 meses, que podem
ser renovados. Esse valor não dá para pagar aluguel numa pequena cidade,
quanto mais na capital paulista. Outra curiosidade é que no vídeo,
parece não haver um grande interesse no combate às chamas. Não aparece
nas imagens aquele grande aparato de bombeiros comuns em incêndios
similares.
A
líder comunitária Heleneir Pereira de Jesus, afirma que os moradores
foram pressionados pela prefeitura a assinar o acordo. As famílias
consideram o auxílio insuficiente e exigem a elaboração de uma política
pública de moradia em São Paulo.
Em reunião com
os moradores no início da semana para tratar da questão da moradia das
famílias atingidas pelo incêndio na Favela do Coruja, a diretora da Habi
Norte, Maria Cecília Sampaio, afirmou que "para ser cidadão em São Paulo, tem de pagar."
Seria
de bom tom que as autoridades federais investigassem rigorosamente a
real fonte desses incêndios, visto que o governo do Estado sob o comando
do tucano Geraldo Alckmin é suspeito, pois também tem a política
higienista de expulsar moradores de favelas, como foi no ruidoso e
violento caso do Pinheirinho.
Afinal estamos vivendo em tempos democráticos, e não os saudosos tempos de Mr. Dops, que ainda infelizmente conta com muitos adeptos.
Por: Eliseu
*Carcará
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