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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, março 01, 2012

Mr. Teixeira fica.
A Globo deita e rola

http://www.conversaafiada.com.br/wp-content/uploads/2012/03/charge-bessinha_teixeira-e-serra1.jpg

Saiu na Folha (*):

Ricardo Teixeira fica na CBF com apoio unânime das 27 federações


De SÉRGIO RANGEL

DO RIO


Nem licença, tampouco renúncia. O presidente da CBF e do COL (Comitê Organizador da Copa-2014), Ricardo Teixeira, 64, permanece em ambos os cargos apesar das novas denúncias e especulações de que estaria prestes a se afastar, até mesmo por motivos de saúde. Assembleia geral extraordinária, nesta quarta-feira, no Rio, definiu a situação.


(…)

Navalha
Fica assim como sempre foi:
O Galvão escolhe o técnico da seleção;
O técnico da seleção escala as estrelas do Brasileirinho da Globo. O Ronaldinho Gaúcho, por exemplo, que não joga bola desde que saiu de Milão.
O Brasileirinho é um campeonato em que só jogam o Flamengo e o Corintians;
Os jogos do Brasileirinho continuarão a ser às 10h da noite, para premiar o trabalhador brasileiro, que, como se sabe, não trabalha no dia seguinte;
Só o Mauro Naves e a Fátima Bernardes tem acesso aos jogadores da seleção;
E a seleção continua essa Bósnia, como diz o Bessinha.
(Aqui se omitem observacões sobre a administração das finanças pessoais do Mr Teixeira, da CBF e do COL. Aqueles pormenores que levaram o repórter da BBC a perguntar: “Mr. Teixeira, did you accept the bribe ?”.)
(Como o Cerra, o Mr. Teixeira é eterno !)




Paulo Henrique Amorim

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