MULHERES EX-PRESAS POLÍTICAS TERÃO JULGAMENTO ESPECIAL PARA ANISTIIA
DO PORTAL PT
Foto arquivo PT (arte Newton Vilhena - Portal do PT)
Sessão do Ministério da Justiça será em homenagem ao Dia das Mulheres
No
dia 9 de março, por ocasião do Dia Internacional da Mulher, (comemorado
em 8 de março) a Comissão de Anistia do Ministério da Justiça vai
realizar uma sessão especial de julgamento apenas com mulheres. Serão
apreciados sete processos de ex-presas e perseguidas políticas, que
serão também homenageadas.
Entre
elas, duas irmãs que foram confundidas entre si por ter os nomes
parecidos: Maria Niedja e Maria Nadja de Oliveira. A primeira foi
aprovada em 1976 em terceiro lugar no concurso para professora na
Universidade de São Paulo, mas não conseguiu tomar posse porque uma
triagem ideológica acreditou que ela fosse a irmã Maria Nadja,
integrante do movimento contrário à ditadura militar.
Resumo dos casos que serão apreciados
Maria Niedja de Oliveira: presa em 1972, foi aprovada em 3º lugar na
seleção de professores na USP em 1976. Teve seu processo arquivado até
1980 por conta de uma triagem ideológica que a confundiu com sua irmã.
Maria
Nadja Leite de Oliveira: estudante presa em 1968, respondeu a inquérito
policial militar e foi condenada a um ano e oito meses de prisão. Teve
seus direitos políticos suspensos por 10 anos. Para evitar a prisão,
fugiu para São Paulo, onde foi novamente presa em 1971.
Maria Angélica Santos: foi presa em 1974 quando estava grávida de quatro meses.
Gilda
Fioravanti da Silva: presa em 1970 pela OBAN, foi transferida para o
DOPS em janeiro de 1971. Respondeu a inquérito policial militar e foi
absolvida em 1972.
Ida
Schrage: professora e membro da Ação Popular entrou na clandestinidade e
foi presa quando estava tentando se inserir na classe operária. Saiu do
país e morou na Bélgica, em Israel e na Alemanha, onde vive atualmente.
Hilda
Alencar Gil: militante da POLOP, passou a sofrer perseguição após o seu
companheiro assinar uma matéria na revista O Cruzeiro sobre a prática
do Comando de Caça aos Comunistas.
Darci
Toshiko Miyaki: militante da ALN foi presa em 1971. O seu mandado de
prisão foi expedido seis após a sua detenção. Permaneceu presa por um
ano e cinco meses.
Lançamento de documentário integra ações pelo Dia da Mulher
A sessão especial para anistia de mulheres vai ocorrer depois do
pré-lançamento do documentário Repare Bem, da cineasta portuguesa Maria
de Medeiros. O trabalho da cineasta tem apoio do projeto Marcas da
Memória, mantido pela Comissão para promover o direito à verdade e à
memória. O documentário trata da história de três gerações de mulheres
perseguidas políticas, a partir do relato das perseguidas Denize Crispim
e Eduarda Leite.
Repare Bem será o primeiro filme a compor o acervo multimídia da
Comissão de Anistia, que a Cinemateca Brasileira passará a abrigar. Um
acordo de cooperação a ser assinado entre as duas entidades no dia 8 de
março vai viabilizar a composição desse acervo.
Programação: (realizada na Cinemateca, São Paulo)
8 de março, 19h
Pré-lançamento do documentário Repare Bem, com a direção da portuguesa
Maria de Medeiros. Debate, com a presença de Maria de Medeiros, Denize e
Eduarda Crispim.
Ato de assinatura de termo de cooperação técnica entre a Comissão de Anistia e a Cinemateca Brasileira.
9 de março, 19h
Sessão de julgamento da Caravana da Anistia com apreciação de sete casos de mulheres perseguidas políticas.
Exibição do documentário Vou contar para meus filhos, sobre um
reencontro de 24 mulheres presas na Colônia Penal de Recife entre 1969 e
1979.
(Jamila Gontijo – Portal do PT, com informações do Ministério da Justiça)
*Historiavermelha
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