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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, março 02, 2012

 
 

Nova série de tornados atinge os EUA e aumenta destruição
02 de março de 2012  19h20  atualizado às 21h10

Bandeira fica pendurada em árvore destruída, em frente a uma casa que foi derrubada, em Harrisburg, Illinois. Foto: AP
Bandeira fica pendurada em árvore destruída, em frente a uma casa que foi derrubada, em Harrisburg, Illinois
Foto: AP
Uma segunda onda de tornados varreu o centro dos Estados Unidos nesta sexta-feira, deixando um rastro de destruição no momento em que a população se recupera de outra série de tornados, que matou 13 pessoas no início da semana. Ao menos 17 tornados foram registrados no Alabama, Tennessee e Illinois na tarde desta sexta-feira, totalizando 65 tornados durante a semana.
Um alerta para tornados "particularmente perigosos" está em vigor até às 21h locais (23h de Brasília) para Indiana, Kentucky e Ohio, e até às 18h (19h) para Illinois, Indiana e Missouri. "Esta é uma situação particularmente perigosa", advertiu o serviço meteorológico nacional. "É possível que haja tornados destrutivos, granizo de até 6,4 cm, rajadas de ventos de até 112 km/h e relâmpagos perigosos".
A maioria dos tornados desta sexta-feira ocorreu no condado de Madison, Alabama, onde casas foram destruídas, automóveis, virados, e linhas de energia e árvores, derrubadas. O serviço meteorológico informou que há "gente presa nos escombros com lesões", mas não há registro de óbitos.
Esta última onda de tornados surge quando a população se recupera dos estragos deixados em seis estados por tornados na terça e quarta-feira. A cidade de Harrisburg, em Illinois, foi a mais atingida por um grande tornado que devastou uma ampla área na quarta-feira, deixando seis mortos e mais de 100 feridos. Em 2011, os tornados mataram 545 pessoas nos Estados Unidos, no que foi a temporada mais mortífera destes fenômenos desde 1936.
AFP

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