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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, março 11, 2012

Pedalada Pelada - 2012 - Fotos


As meninas cantam "não olha pro meu peito" - e os meninos completam "olha o respeito!" #WNBR

Marlene Bergamo/Folhapress
Em São Paulo, o protesto recebeu o nome de "Pedalada Pelada" Leia mais

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“Peladada” pede segurança aos ciclistas no trânsito de SP

 
Cerca de 80 ciclistas tiraram as roupas como forma de protesto à falta de segurança no trânsito de São Paulo, neste sábado (10). A concentração começou às 18h, e às 20h30 os ciclistas começaram a pedalar pela Avenida Paulista. Às 21h30, já haviam alcançado a região da Vila Madalena, na Zona Oeste. Além de pedir mais segurança, eles protestaram também contra a dependência do petróleo nos meios de transporte.
O protesto, batizado de “Pedalada Pelada”, já foi realizado em Brasília e em Aracaju, em 2009 e 2010. O movimento é inspirado no Naked Bike Ride, que neste sábado ocorreu em cidades como Lima, no Peru – onde está em sua sétima edição -, Santiago, no Chile, e Cidade do Cabo, na África do Sul, onde 200 pessoas participaram do protesto. Assim como no Brasil, alguns manifestantes pintaram e enfeitaram seus corpos.
“Trânsito obsceno”
 
Em São Paulo, o grupo pintou nos corpos mensagens pedindo respeito e paz no trânsito ao gritos de “Você aí parado, vem pedalar pelado!”. A ideia é que o passeio seja uma manifestação pacífica, bem-humorada e criativa que exponha a fragilidade dos ciclistas em um trânsito que não carrega nenhum desses atributos. Ou como cantavam os manifestantes, um “trânsito obsceno”.
A falta de trajes não era obrigatória, mas todos os presente fizeram questão de mostrar um pouco mais de pele do que costumam fazer no meio do trânsito ultrajante de São Paulo. Durante a concentração na Praça do Ciclista - local de onde saem as Bicicletadas mensais, no final da Av. Paulista – a preocupação era mais com acessórios do que com a nudez. Máscaras foram os acessórios mais utilizados, principalmente aquelas que protegem as vias respiratórias da poluição.
Logo no início da Pedalada, enquanto parte do grupo se arrumava na praça e outros rodavam para se aquecer, uma viatura passou na Avenida. “Não fiquem desespelados”, ironizou um dos ciclistas. Até o final do protesto, diferente de anos anteriores, nenhum ciclista foi detido.
 
*Oterrordonordeste

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