Seita cristã: A IGREJA CATÓLICA ATACA NOVAMENTE
Religiosos voltarão a circular panfletos antiaborto em SP
Papéis, que atacam Dilma e o PT, foram retidos em 2010 e serão liberados agora
Pré-candidato petista à prefeitura, Fernando Haddad já disse que é contra o aborto, sob uma ótica masculina JOHANNA NUBLAT
DE BRASÍLIA
Pré-candidato petista à prefeitura, Fernando Haddad já disse que é contra o aborto, sob uma ótica masculina JOHANNA NUBLAT
DE BRASÍLIA
Membros da regional paulista da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos
do Brasil) voltarão a distribuir neste ano eleitoral na capital o
folheto que, em 2010, conclamou os fieis a só votarem em "candidatos ou
candidatas e partidos contrários à descriminalização do aborto".
O material critica o PT e Dilma Rousseff. Na época, a então candidata
foi obrigada a prometer que não se mobilizaria para mudar a legislação
sobre o aborto. Antes da campanha, ela havia defendido a
descriminalização.
A volta do
panfleto às ruas agora pode movimentar as eleições municipais
paulistanas, atingindo com mais impacto Fernando Haddad (PT).
O petista tem sido alvo de ataques por conta do chamado kit-gay, peça
para combater a homofobia nas escolas elaborada quando ele era ministro
da Educação.
Recentemente, o
pré-candidato se disse contra o aborto, do ponto de vista masculino.
"As mulheres enfrentam os desafios da vida de maneira própria",
afirmou.
Apreendidos pela Polícia
Federal às vésperas do 2º turno da eleição de 2010, após representação
do PT, os folhetos foram liberados pela Justiça em outubro do ano
passado e serão devolvidos agora aos bispos da regional.
A previsão é buscá-los na próxima semana, segundo João Carlos Biagini, advogado da Diocese de Guarulhos.
De acordo com a PF, cerca de 2 milhões deles serão devolvidos. Já Biagini estima que sejam cerca de 1 milhão.
A estratégia de integrantes da regional e dos grupos antiaborto não está fechada.
A proposta é colocar os folhetos na rua logo, mas parte pode ser
guardada para as vésperas da eleição. Estuda-se ato na praça da Sé dia
21.
"A ideia é distribuir o
folheto, possivelmente com um adendo mostrando sua legitimidade", disse
dom Luiz Bergonzini, bispo emérito de Guarulhos que, em 2010, orientou
os fiéis a não votarem em Dilma.
Bergonzini não citou candidatos específicos, mas acirrou suas críticas ao PT nesta semana, por meio de textos na internet.
"O PT e a presidente Dilma Rousseff sempre vão dizer que são contra o
aborto. Porém, o ato da nomeação da ministra Eleonora Menicucci
[Mulheres, a favor da descriminalização do aborto] tem o significado
contrário ao que dizem", postou na quinta.
O padre Berardo Graz, coordenador da comissão regional em defesa da
vida, minimiza o impacto do folheto na eleição municipal. A ideia, diz, é
mostrar que não houve crime eleitoral e reforçar a defesa da vida.
"CENSURA POLÍTICA"
A apreensão do material é vista como "censura política" pelos grupos
pró-vida e pró-família, diz Paulo Fernando Melo, integrante do
movimento. O bispo Bergonzini defende que a apreensão foi ilegítima, o
que se comprovaria com sua liberação agora.
A decisão que devolveu os panfletos o TSE (Tribunal Superior Eleitoral)
não analisou o mérito. Isso porque o PT conseguiu a apreensão do
material com liminar (decisão temporária), mas não apresentou a ação
principal, que poderia levar a um recolhimento definitivo.
*Onipresente
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