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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, abril 07, 2012

A Burguesia Empanturra-se!

 

Via SOA-Brasil
Na sociedade capitalista a classe detentora do poder econômico e político, a burguesia globalizada, empanturra-se no frenesi de sua existência sem nenhum sentido humano e engrandecedor para os homens.
Ari de Oliveira Zenha
"Sua obsessão pela acumulação, exploração e reprodução do capital e de poder, nacional e global, parece não ter fim"
Sua obsessão pela acumulação, exploração e reprodução do capital e de poder, nacional e global, parece não ter fim. Ela já está levando o mundo à beira de um abismo em todos os sentidos e limites que jamais os clássicos da economia política crítica puderam imaginar. Estamos participando deste descalabro aniquilante, desumanizador, alienante e desintegrador da sociedade globalizada.
Vestida, ou melhor, despida das suas vestes “deslumbrantes” e “encantadoras”, ela tenta realizar, e na grande maioria das vezes têm conseguido colocar todo o seu arsenal mesquinho e hipócrita de seu existir, como o único possível e alcançável por toda a sociedade.
O manto que a encobre é o mesmo que, às avessas, encobre bilhões de seres humanos na mais absoluta miséria e sofrimento.
Estrutura
É de se perguntar: será que o modo de exploração e de produção do capital que tem levado há séculos a humanidade a buscar uma existência digna, de uma sociedade solidária, harmônica e socialmente justa poderá passar a ser real tendo como sustentação – base – esta estrutura de produção? A realidade histórica e concreta nos tem mostrado que o capitalismo só conseguiu estabelecer uma relação econômica-social-política no mundo edificando um domínio em que o que prepondera é a injustiça, a exploração, a desumanização, a alienação do homem não só diante de si mesmo como em suas relações social, econômica e política.
"Devemos preservar a dignidade e a honradez do ser humano, mas despida da roupagem burguesa. Que a burguesia impõe seu modo de produção e vida é fato, mas também é fato que a sociedade civil cada vez mais o repudia como o único e possível"
As mansões cinematográficas, os carrões, os automóveis luxuosos o existir luxuriante, entediado, enfim, uma vida que não é aquela desejada por bilhões de seres humanos deste planeta, mas que a burguesia se entulha em seu insignificante modus de vida – a vida tecnológica, de marketing, de soluções e de possibilidades dentro do seu mundo alienador e alienante. Esse mundo “melhor” proposto por ela, só pode ser admissível nas recheadas carteiras da burguesia transnacional/nacional e no seu ideário de vida luxuriosa e insensata.
Novo Rumo
Devemos preservar a dignidade e a honradez do ser humano, mas despida da roupagem burguesa.
Que a burguesia impõe seu modo de produção e vida é fato, mas também é fato que a sociedade civil cada vez mais o repudia como o único e possível.
Temos alternativas, temos soluções que estão ao nosso alcance e que dependem do aprofundamento e ampliação das relações democráticas e da organização da sociedade civil para a superação deste modo de produção, que foi instituída histórica e concretamente e pode ser superado também historicamente pela sociedade consciente e organizada.
Fonte: Caros Amigos
*GilsonSampaio

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