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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, abril 16, 2012

'Cliente procura Caixa e BB e ameaça trocar de banco', diz Folha de S. Paulo

 


“Em busca de juros menores para pagar dívidas, clientes de bancos do setor privado ameaçam abrir conta nas instituições que reduziram suas taxas na semana passada: Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil”.
Este é o ponto de partida de reportagem do jornal Folha de São Paulo, publicada nesta quinta-feira (12), com o título: “Cliente procura BB e Caixa e ameaça trocar de banco”. Segundo apurou o jornal, a maior procura de informações é sobre juros oferecidos no cheque especial, cartão de crédito e financiamento de veículo.
A reportagem da Folha conversou com clientes de outros bancos que procuraram a Caixa nos últimos dias.
O técnico de celular Messias Paulino Uchoa, 22, buscava informações sobre empréstimo de R$ 12 mil para a mãe, comerciante da região da 25 de Março, em São Paulo. "Se a taxa para pessoa jurídica realmente for essa anunciada, de 0,94%, ela está disposta a trocar de banco.”
O auxiliar administrativo Luiz Carlos Barreiros, 54, estava interessado em refinanciar imóvel. “Comprei imóvel com financiamento do BB e pago há seis anos. Mas agora quero juros melhores", diz

Ainda de acordo com a reportagem, gerentes da Caixa disseram que a procura por informações tem movimentado a rotina dos funcionários desde segunda-feira (9). Micro e pequenos empresários também estão indo às agências atraídos pelas taxas de juros oferecidas nos empréstimos de capital de giro.

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