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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, abril 08, 2012

Contas da Igreja Universal em cheque... no México


Bancos mexicanos cancelam contas da Igreja Universal

Pelo menos três bancos do México cancelaram as contas da Igreja Universal do Reino de Deus, depois que o culto foi denunciado no Brasil por fraude e lavagem de dinheiro, noticiou a imprensa mexicana neste domingo.
"O Banamex, atendendo a seus interesses, tomou a determinação de dar por terminado o contrado com o senhor e, como consequência disto, procederemos ao cancelamento de contas e serviços", informou o banco aos encarregados da igreja no México em outubro passado, segundo o jornal Reforma. Os bancos Santander e Ixe adotaram a mesma medida entre este mês e novembro.
Em setembro de 2011, o fundador e líder da igreja, bispo Edir Macedo, e outros três encarregados da instituição haviam sido acusados pelo Ministério Público brasileiros de lavar dinheiro e enviá-lo ilegalmente aos Estados Unidos.
No total foram canceladas no México cinco contas de cheques e um investimento de prazo fixo e a igreja se viu obrigada a retirar os fundos que tinha nelas. Como consequência, a Igreja Universal do Reino de Deus apresentou um amparo por considerar que tem tido negado "o acesso ao serviço que todo mexicano tem de acessar o serviço do Sistema Financeiro Mexicano", revelou o jornal Reforma.
*Nassif

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