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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, abril 08, 2012

A pobreza interna, reconhecida pelo governo dos EUA

 

Por Assis Ribeiro
Da Reuters

Número de trabalhadores pobres nos EUA cresceu em 2010

WASHINGTON, 6 Abr (Reuters) - A quantidade de trabalhadores norte-americanos vivendo na pobreza atingiu 7,2 por cento da força de trabalho em 2010, maior índice em pelo menos duas décadas, disse o governo dos Estados Unidos na sexta-feira.
O Departamento de Estatísticas do Trabalho disse que entre as trabalhadoras mulheres 7,6 por cento são pobres, e entre os homens a cifra é de 6,7 por cento. Em 2009, o índice de trabalhadores pobres era de 7 por cento.
A educação faz uma enorme diferença. Entre os trabalhadores que não terminaram o ensino médio, 21,4 por cento vivem abaixo da linha oficial de pobreza, ao passo que isso afeta apenas 2,1 por cento dos trabalhadores com nível universitário. O maior porcentual - 35,1 por cento - é entre os desempregados que estavam procurando trabalho ao longo do ano.
A linha oficial de pobreza nos EUA em 2010 era uma renda anual de 10.830 dólares para uma pessoa sozinha, e de 22.050 dólares para uma família de quatro pessoas.
Em termos absolutos, os EUA tinham 46,2 milhões de pessoas vivendo na pobreza em 2010, ou 15,1 por cento da sua população total. Os pobres trabalhadores eram 10,5 milhões.
*Nassif

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