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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, abril 05, 2012

Coordenadores da campanha de Serra descobrem que ele não fez nada quando foi prefeito


Os coordenadores de campanha de José Serra começaram a traçar uma estratégia para reduzir a rejeição do tucano, e entraram numa sinuca de bico. Descobriram que Serra não fez nada quando foi prefeito, em 2004.
Olha o que saiu no Poder on-line:
Ainda que seja uma corrida municipal, o PSDB trabalhará para mostrar no horário eleitoral os trabalhos realizados por Serra quando era governador do estado, mas que tenham tido reflexos na capital.
Mesmo realizações de Geraldo Alckmin em convênios com o município podem ganhar destaque, na linha de vender os benefícios de uma parceria da cidade com o correligionário governador.
O tucano ficou 15 meses na prefeitura sem fazer nada, a não ser escândalos de corrupção e privataria tucana, como trocar merendeiras pela máfia da merenda escolar.
Além de não fazer nada, ainda desmontou ou reduziu vários programas e projetos deixados pela gestão anterior de Marta Suplicy. Seu único legado é ter deixado o vice Kassab de herança, o que complica mais ainda por dois motivos:
1. A gestão de Kassab também não tem um legado vistoso para deixar e não está bem avaliada. O desejo do paulistano é de mudança, com os gargalos no trânsito, as enchentes e falta de programas estruturais de moradia, transportes, educação e saúde.

2. Falar em ter abandonado o cargo e passado a prefeitura para Kassab, reforça a lembrança da promessa assinada e descumprida de não renunciar para se candidatar a outro cargo, gesto que 10 entre 10 paulistanos acreditam que Serra poderia perfeitamente repetir em 2014.

A “solução” será repetir mais do mesmo já visto em 2010: falar do Rodoanel do Paulo Preto (uma obra estadual com apoio e recursos federais), dos genéricos “Cachoeira” (cujo pai do programa foi de fato Jamil Haddad) ... e ... e ... do que mais? Ahhh! Quem sabe das ambulâncias sanguessugas dos irmãos Vedoin. Isso foi criação genuinamente do Serra.

Até falar em Metrô está complicado, depois do irmão do ex-presidente do Metrô na gestão Serra ter contas bloqueadas na Suíça devido ao escândalo das propinas da Alstom e depois do rombo de R$272 milhões nos cofres públicos, denunciado pelo Ministério Público, devido a licitações combinadas.

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