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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, abril 08, 2012

Demétrio Magnoli está triste porque perdeu um heroi

Demóstenes também era “herói” por ser contrário às cotas

Senador cachoeira, que recebia 30% dos lucros de Carlinhos Cachoeira, foi eleito uma das personalidades mais influentes de 2009 pela revista Época, que hoje não tem como abafar o caso, também em função de sua posição no debate racial; Demétrio Magnoli escreveu sobre a retidão do caráter de Demóstenes e da luta dele na questão das cotas(Demóstenes sempre foi(e é) contra) e de mecanismos de inclusão social, como o PROUNI.Não esquecer que o DEM ajuizou ADIN contra o PROUNI.Disse Demétrio Magnoli sobre o senador 30%:
 “Demóstenes não é mais um comerciante num mercado em que se trafica influência em troca de cargos e privilégios. Ele tem princípios e convicções. Foi o primeiro parlamentar graduado a erguer a voz contra cotas nas universidades”, escreveu Demétrio Magnoli, na edição especial da revista Época que apontou o senador Demóstenes Torres como uma das personalidades mais influentes do Brasil".
*Oterrordonordeste

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