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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, abril 15, 2012


Embraer: Dilma não se bica
com Obama. Que horror !






Dilma põe Obama em saia justa ao falar sobre aviões da Embraer

CARTAGENA – A presidente Dilma Rousseff aproveitou a deixa dada pelo americano Barack Obama, durante debate no fórum empresarial das Américas, e defendeu a venda de aviões da Embraer à Força Aérea dos Estados Unidos. O processo foi suspenso há cerca de um mês e até o momento nada foi resolvido, apesar dos apelos do governo brasileiro.
- O Brasil está mudando. Mais brasileiros vão comprar iPad e aviões – disse Obama, referindo-se aos caças americanos que disputam com os franceses e os suecos a preferência da Força Aérea Brasileira. – Ou a Embraer – retrucou Dilma rapidamente.



No fim de fevereiro, a Força Aérea dos Estados Unidos cancelou o contrato de US$ 355 milhões para fornecimento de 20 aviões Super Tucano, da Embraer, citando problemas com a documentação.
Em outro negócio, dessa vez de fornecimento de jatos de combate para a Força Aérea brasileiro, o governo Dilma pode preterir a americana Boeing se escolher os caças Rafale, da francesa Dassault Aviation. Fontes do governo brasileiro disseram recentemente que “muito provavelmente” o país escolherá o caça militar francês.
(…)


Navalha
Já em Washington, a Presidenta tinha discutido o cancelamento da compra de aviões da Embraer.
O pessoal do PiG (*) ainda não se acostumou à ideia de que a diplomacia brasileira (desde o Nunca dantes e o grande chanceler Celso Amorim) não tira mais o sapato.
O Itamaraty,agora, não lê mais a “Teoria da Dependência” (eterna) do Farol de Alexandria.
A cartilha é outra.
Que horror !
Paulo Henrique Amorim
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
*PHA

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