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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, abril 14, 2012

Capa sem-vergonha da Veja joga fumaça para abafar CPI do Cachoeira e da Privataria Tucana


Êta capinha sem-vergonha essa da revista Veja!

Haja cara-de-pau! É a revista que está fazendo cortina de fumaça para abafar seu próprio rolo com a organização criminosa de Carlinhos Cachoeira.

Quer dizer que se depender da revista não se pode apurar mais corrupção nenhuma no Brasil, pois o monopólio do noticiário tem que ser só o surrado "mensalão"?

A revista Veja quer passar mais 20 anos com a notícia de uma nota só do "mensalão" para abafar a CPI do Cachoeira, a CPI da Privataria Tucana, e todo tipo de corrupção tucana e da própria imprensa corrupta, até prescrever seus crimes.

Quando pensamos que a revistinha iria trazer na capa pelo menos a "novela Agnelo" que o Jornal Nacional vem dramatizando para intimidar o PT... mas nem isso ela teve coragem, porque afinal acabaria reforçando a necessidade de uma CPI para esclarecer tudo sobre os tentáculos de Carlinhos Cachoeira.

Essa capa é uma vergonha perante seus próprios fãs que tem mais de dois neurônios, pois mostra confissão de culpa de estar enrolada até o pescoço com a quadrilha de Cachoeira, e ainda se acovarda perante seus fãs demotucanos ao fugir da briga, não atacando petistas na CPI do Cachoeira.

Aliás, republicar notícia de 2005, só reforça a idéia de que a revista ficou acéfala em seu denuncismo, com a prisão do pauteiros Carlinhos Cachoeira, e dos arapongos sargento Dadá e Jairo Martins.

A única explicação para essa capa sem-vergonha é DESESPERO!

Quem tem medo da verdade sobre o "mensalão"?

- O fato jornalístico novo no "mensalão" são as declarações do ex-prefeito de Anápolis Ernani de Paula. Vejam bem que são declarações de quem tinha a mulher como suplente do senador Demóstenes Torres, portanto conhecedor dos bastidores das articulações políticas goianas. O que justifica a velha imprensa ter dado tanta ênfase à entrevista de Roberto Jefferson quando inventou o termo "mensalão", e nenhuma ênfase na entrevista de Ernani de Paula, que revela as origens do grampo nos correios?






Detalhe: Ernani de Paula não é nenhum petista. Além de ex-correligionário de Demóstenes, foi  sócio do ex-ministro tucano de FHC Pimenta da Veiga, teve uma fazenda usada como locação para novela da TV Globo, e foi amigo de juventude de Aécio Neves, inclusive já dividiram apartamento em Belo Horizonte, quando Tancredo foi governador de Minas.

- A entrevista de Ernani de Paula não "mela" propriamente o mensalão, mas traz fatos novos que todo o mundo jornalístico tem obrigação de se interessar para esclarecer a verdade. A entrevista, obviamente não apaga a existência de Marcos Valério da história, mas traz fatos novos das tramas e tramóias políticas. Por que ter medo de descobrir a verdade? Por que desmascara tucanos e veículos da imprensa.

- O "mensalão" não precisa "melar". Ele já está melado de nascença. Ali construiu-se um enredo que não existe. Pegou-se diversos ilícitos soltos de diversos políticos, inclusive o valerioduto que era "pau para toda obra" de caixa-2 de campanha, dinheiro de Daniel Dantas e outras coisitas mais, inclusive tucanas em sua maioria, e jogaram tudo num balaio só como se fosse um inexistente sistema único de compra de votos parlamentares. É como se pegasse vários delitos de políticos do PSDB e denunciasse Sergio Guerra, Aécio Neves, FHC, José Serra, Geraldo Alckmin por formação de quadrilha.

- O "mensalão" já passou pela CPI dos Correios e dos Bingos, processos nos Conselhos de Ética, devassa da Polícia Federal, CGU, Receita Federal, já foi denunciado pelo Procurador-Geral da República e o processo já está correndo no STF e será julgado. Já teve milhares de reportagens e "reporcagens" a respeito, e terão outras, sim, inclusive tendo que admitir a inocência de quem sairá inocentado. Mas noticiar isso não impede ninguém de noticiar nem de abrir CPI do Cachoeira, da Privataria Tucana, das propinas na Suíça para da Alstom e Siemens para tucanos paulistas, de noticiar o mensalão do Eduardo Azeredo (do PSDB mineiro), etc.

- A não ser os demotucanos e o PIG (*) com interesses eleitoreiros na urgência em julgar o "mensalão" em ano eleitoral para produzir manchetes a serem exibidas no horário eleitoral gratuito, há muito mais urgência de interesse público (inclusive para reaver bilhões desviados) em cobrar do STF a reabertura dos processos da operação Satiagraha, da Castelo de Areia, das propinas da Alstom e Siemens para tucanos paulistas, de apurar as roubalheiras na Privataria Tucana, coisas que nuncas sofreram uma devassa, pelo contrário, fazem tudo para abafar, ao contrário do que ocorreu com o "mensalão".

(*) PIG: Partido da Imprensa Golpista.
*Osamigosdopresidentelula


Mas o Policarpo é o dono da Veja?


O site Brasil 247 diz que a Veja cogita lançar seu editor Policarpo Júnior à  cachoeira. Ou ao Cachoeira, o bicheiro Carlos Augusto Ramos, com quem Policarpo mantina intensas relações.
“Acostumada a provocar CPIs, a revista Veja está prestes a se tornar protagonista de uma Comissão Parlamentar de Inquérito no Congresso Nacional. Tudo em função das estreitas ligações entre o redator-chefe da revista, Policarpo Júnior, e o contraventor Carlinhos Cachoeira. Os dois trocaram mais de 200 telefonemas no último ano. Em conversas interceptadas pela Polícia Federal, Cachoeira se vangloriou de ter repassado diversos furos de reportagem ao jornalista – muitos deles, fruto de grampos ilegais. Num outro diálogo, o bicheiro deu ordens a um assessor para que buscasse Policarpo no “aeroporto pequeno”, num indício de que talvez tenha mandado um avião particular buscá-lo.
Por essas e, possivelmente, outras contidas nas duas centenas de diálogos gravados entre Policarpo e Cachoeira,segundo o 247, ” nesta sexta-feira, discutiu-se na Abril se a melhor saída não seria o afastamento de Policarpo – ainda que temporário – para tentar estancar o problema.”
É duvidoso que tome este caminho, ao menos por enquanto. A Veja deste final de semana é a prova de que, embora pouco sustentável, o caminho da revista será o mesmo que seus comandados da mídia já vinha experimentando ao longo da semana.
Como não dava para, como na edição anterior, escapar de novo pela tangente, a conversa da cortina de fumaça foi a saída.
Ainda não tive acesso ao conteúdo, mas já sei que a revista “culpa” Lula – como também se adiantou aqui – pelo escândalo, como se o ex-presidente fosse o mentor de uma investigação que – não é, Dr. Gurgel? – está parada há tento tempo.
E o Estadão “psicografa” o conteúdo de uma conversa privada entre Lula e Dilma, na qual, claro, a presidente pediria ao “malvado” Lula que não fizesse isso, não…
Dá para compreender o ridículo da estratégia da mídia conservadora?
Se não há nenhuma ligação entre Cachoeira, Demóstenes, seus agentes na imprensa e o dito “mensalão”, em que este poderia ser “cortina de fumaça”?
Em que um homem recém saído de uma dolorosa e massacrante terapia de câncer, cujos passos e encontros têm sido públicos e fartamente divulgados, poderia estar conspirando contra os fatos? Sim, porque nem com uma Polícia Federal tucana e com os radinhos Nextel fajutos que o Cachoeira achava serem à prova de grampo, isso poderia estar acontecendo…
Mas Veja tem lá sua razão. Há mesmo uma cortina de fumaça.
É a dos que não querem que se investigue – ou já antecipam uma desqualificação da CPI – os subterrâneos das conspirações da oposição contra os dois governos Lula e, agora, o governo Dilma.
E essa vai aparecer, porque é impossível separar a atuação de Cachoeira e suas pressões da sua ligação, da sua associação íntima com a Veja – que é uma espécie de quartel-general do “Comando Marrom” .
Nela, Policarpo Júnior era apenas o elo, porque por mais poder interno que tivesse, não tem autonomia para conduzir, por anos a fio, a linha assumida pela revista, embora a ela se prestasse a servir com indizível prazer.
A cortina de fumaça está mesmo lá.
O elo Policarpo conduz ao comando deste sistema de mídia que domina o país.
Talvez aí, de verdade, esteja a verdade da profecia de Carlinhos Cachoeira, na frase em que disse que, com o material que por oito anos “plantou” na Veja, estava limpando esse Brasil, rapaz, fazendo um bem do caralho pro Brasil”.
Sim,o bicheiro talvez termine por fazer isso.
Cachoeira pode mesmo levar a Veja de roldão.
Fernando Brito
*Tijolaço

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