Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, abril 10, 2012


O empacamento do PAC
em Londrina

Só falta concluir os prédios dessa rua à esquerda. Um horror ! (Fotos: Marcelo Roque)


O ansioso blogueiro visitou na manhã desta terça-feira a maior obra do Minha Casa Minha Vida.

Fica no bairro de Vista Bela, na região Norte de Londrina, no Paraná.

Aqui viverão 12 mil famílias.

É uma prova incontestável de que, como assegura o PiG (*), o PAC empacou.

No período 2011-2014, serão construidas 12 milhões de novas moradias, com um investimento total de R$ 142 bilhões.

Só em 2012 serão investidos R$ 42 bilhões.

Em 2002, no ambiente da Herança Maldita – clique aqui para ver a tabelinha que faz o FHC cortar os pulsos – a Caixa investiu R$ 4 bi em habitação.

Dez vezes menos.

Isso, sim, é que era Avanço !

Leia também sobre o Horror em Londrina:

Minha Casa dá origem a “minicidade” em Londrina – Publicado em 13/06/2011


Cerca de 10 mil pessoas vão morar no Residencial Vista Bela, o maior canteiro do programa federal. Conjunto fez disparar a demanda por materiais de construção na região


Londrina – Considerado o maior canteiro de obras do programa de habitação popular Minha Casa, Minha Vida no país, o condomínio Vista Bela, localizado na região norte de Londrina (Norte do Paraná), vai abrigar, quando estiver concluído, uma “minicidade” com cerca de 10 mil pessoas. O megaprojeto, que está sendo erguido em uma área de 630 mil metros quadrados, chegou a empregar, em meados do ano passado, 1,5 mil trabalhadores, incluindo dez mestres de obra e dez engenheiros. Hoje trabalham nos canteiros cerca de 950 pessoas.


Serão ao todo 2.712 unidades habitacionais, entre casas e apartamentos, voltadas para famílias com renda de até três salários mínimos. O local terá 17 ruas, 31 quadras e 90 prédios.


(…)

Em Londrina, Gleisi Hoffmann visita maior obra do Minha Casa, Minha Vida – Publicado em: 06/08/2010


(…)


Os números do Vista Bela são impressionantes. No terreno de 650 mil metros quadrados vão morar entre 10 mil e 12 mil pessoas. Serão 1.272 casas e 1.440 apartamentos distribuídos em 90 prédios. A Caixa Econômica Federal investe aproximadamente R$ 80 milhões no residencial.


(…)



Paulo Henrique Amorim

Nenhum comentário:

Postar um comentário