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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, abril 18, 2012

Prefeito do DEMO cancela Festival de Cinema de Paulínia, um dos maiores do país. Para os DEMOtukkkanos, cultura popular se resume ao jogo do bicho



O da esquerda é José Pavan Junior, salafrário manjado, inimigo da cultura, incompetente e autoritário. O do centro dispensa apresentações. De tão néscio, Pavan comprou briga até com a direita, clique aqui e confira. Somos pela manutenção do Festival do Cinema de Paulínia, e fora com toda a quadrilha DEMOtukkkana da política nacional.



Grupo tenta manter Festival de Paulínia

Cancelamento do evento foi anunciado na última sexta-feira pelo prefeito José Pavan Junior


Uma frente formada por cineastas e produtores está elaborando um projeto alternativo para tentar viabilizar a realização do 5º Festival de Paulínia. O cancelamento do evento foi anunciado na sexta pelo prefeito José Pavan Junior, que declarou que a verba do festival será aplicada na área social.

A decisão gerou protestos e a mobilização da classe cinematográfica, além de uma carta da Associação Brasileira dos Críticos de Cinema e de um abaixo-assinado online. A frente pró-Paulínia 2012, que já conta com cerca de 200 membros, foi idealizada pelos produtores do festival e tem participação de entidades como a Associação dos Produtores de Cinema de Paulínia e de profissionais  como Ivan Melo, ex-diretor e atual consultor do evento, além de apoio de cineastas de todo o País. 

Na sexta, após reunião com os produtores locais, uma comissão decidiu elaborar uma carta de posicionamento em relação ao cancelamento do festival. O documento virá a público amanhã (quarta) e, entre outras considerações, propõe alternativas para que o festival ocorra este ano. 

"O que queremos é abrir o diálogo com o prefeito e mostrar o quanto o festival é importante não só para a cidade mas para todo o Brasil. Vamos propor alternativas para, juntos, encontrarmos uma maneira de realizar o festival. Vamos manter  a essência, a qualidade cinematográfica, mas talvez contando com a colaboração de todos para cortar gastos, recebendo talvez menos pessoas, alocando os convidados em hoteis mais em conta etc", explica Rafael Salazar, um dos porta-vozes da comissão.

"Não temos interesse político. Somos movidos pela paixão pelo cinema. Queremos valorizar o festival e o pólo. Há gente que, como eu, formou-se no pólo, começou do zero e hoje já tem dezenas de filmes no currículo. É uma oportunidade única. Hoje há mais de dez produtoras de cinema de Paulínia, além do Cineclube, que está sendo criado, e tantos outros profissionais", completou Salazar. 

Em um primeiro momento, o projeto de execução do evento utilizaria o aporte inicial de R$ 500mil (R$ 3 milhões a menos do que o alegado pela atual diretoria e R$ 9,5 milhões a menos do que o alegado pela prefeitura).  A quantia, que deve ser doada por uma empresa da região de Paulínia, deverá ser distribuída entre a premiação e a realização do evento. A priori, cerca de R$ 100mil devem ser utilizados para premiar o melhor longa-metragem e R$ 10 mil serão destinados para o melhor curta. O restante deverá ser aplicado na produção e infraestrutura. Verba adicional poderá vir a ser captada por meio de investimentos de outras empresas.

Com isso, a frente pró-Paulínia 2012 pretende manter a força do festival, que já figura entre os mais importantes do País e poderá ser retomado oficialmente em 2013 pela próxima gestão. “A classe cinematográfica e a população têm o papel de pressionar o prefeito Pavan, para que ele entenda a importância do festival”, declarou Tatiana Quintella, que já foi secretária de Cultura da cidade e idealizou o Polo Cultural e Cinematográfico de Paulínia.

Criado pelo ex-prefeito Edson Moura, que concorre à prefeitura este ano contra Pavan (que tenta a reeleição), o festival é o principal evento do polo cinematográfico também criado por Moura, e que já investiu na produção de 40 filmes.

Apesar do cancelamento do evento, Pavan garantiu que os investimentos do pólo se mantêm. O edital de longas e curtas, que deveria ser anual, ainda não foi anunciado, o que, segundo o prefeito, deve ocorrer em junho. A demora causou apreensão. “É algo que nos deixa de fato com receio. Mas Paulínia tem importância nacional e local. O que for preciso para que este festival não morra, vamos fazer”, declarou a produtora Vânia Catani. Está também programada uma reunião dos produtores locais com o prefeito para, entre outras reinvindicações, solicitar a cessão do Teatro Municipal de Paulínia durante os dias em que o festival ocorreria, de 21 a 28 de junho.

O ex-Secretário de Cultura da cidade, Emerson Alves, não quis conceder entrevistas nem comentar sua exoneração, anunciada no fim de semana. O novo secretário ainda não foi definido.
*Cappacete

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