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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, abril 18, 2012

CACHOEIRA PODE SER MORTO COMO QUEIMA DE ARQUIVO


 
Por .Eduardo Bueres
Este é um temor real que  tem sido suscitado em várias rodas, em razão da extensão das 'vísceras' dos envolvidos e, principalmente, dos ainda não citados neste mega escândalo que abala contundentemente a nossa república. 
As investigações que envolvem o contraventor e tera-corruptor Carlinho Cachoeira, é uma caixa preta que ainda se encontra na fase das manchetes preliminares e promete denúncias escabrosas sobre lavagem de dinheiro e contratos conseguidos a base de propinas,em todos os níveis, que poderão ultrapassar um bilhão de reais.
Dependendo para onde aponte, poderá de forma surrealista, transformá-lo ante a sociedade, em um vilão menor que aqueles que foram corrompidos e cooptados pela força dos  seus caça-níqueis e negócios de fachada, isso em razão do inaceitável componente de hipocrisia contido nas impolutas biografias de alguns figurões envolvidos tidos como insuspeitos,como bem demonstrou o paladino decaído da boa moral, da ética e dos  bons costumes, Demóstes Torres. 
Dai existir o perigo de um ou mais dos envolvidos, especialmente os de grande patente, caírem na velha tentação republicana de  'silenciar'  a língua dessa assombração viva, deste arquivo ambulante, com o  poder de promover, caso se sinta falido, perdido ou acuado demais, uma defesa envolvendo um cenário de ''terra arrasada", onde ele, em queda livre, morreria 'abraçado' aos poderosos que viraram-lhe as costas. Coisa que, parece, ocorreu com o famoso PC Farias.
A corrupção que, no Brasil, dizem os historiadores, teria chegado nas caravelas de Cabral, virou um monstro faminto e desgovernado que afronta o Estado de Direito e a Democracia, mal que precisa agora,mais do que nunca, ser confrontado a qualquer custo.
Á presidenta Dilma que, detém neste momento um escudo de popularidade maior até mesmo aquele que desfrutava no mesmo período de governo o ex-presidente Lula, tem uma chance de ouro para trabalhar com todo o vigor do mundo, em favor de uma CPI esterilizadora.
A desratização do Estado brasileiro é uma obsessão que não pode ficar encalhada nos esforços de investigação da  Polícia Federal; para funcionar tem que ser completa, tem que passar pelo  legislativo com o apoio total e incondicional do Partido dos Trabalhadores e seus aliados, porque isso é um compromisso certo a ser cumprido, sendo esta uma das razões de sua existência, mesmo antes do PT virar poder.
Quando chegar ao judiciário,como diz o ditado popular - 'quem for podre que se quebre', ou seja: o  ônus do julgamento popular que poderá condenar a vilania dos acusados ou a conhecida brandura do sistema com esse tipo de criminosos. 
Todos nos brasileiros esperamos, até com certa aflição, que a presidenta Dilma Roussef cumpra com a tradição que já virou sua principal marca no governo e, não recue ou se acovarde diante deste turbilhão de pressão que, certamente, já vem sofrendo e sofrerá ao longo deste processo, por parte da banda podre e outras maltas de ratazanas chantagistas, que se esforçarão dia e noite para que se tampe com 'panos quentes' essa latrina, para que eles possam escapar pelo cano do esgoto. 
 

Preso no RN, Carlinhos Cachoeira será transferido para Brasília

Carlinhos Cachoeira, durante depoimento na CPI dos Bingos, em 2005

O empresário de jogos ilegais Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, obteve uma liminar judicial na noite desta segunda-feira para deixar o presídio de segurança máxima de Mossoró (RN). Ele deve ser transferido para Brasília nas próximas horas.

A liminar foi concedida pelo desembargador Fernando da Costa Tourinho Neto, do TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região).

No presídio de Mossoró, Carlinhos Cachoeira fica 22 horas trancado em uma sela sozinho sem ver ninguém. Tem direito a apenas duas horas de sol por dia e conversa com as visitas por meio de um interfone sem ter contato físico.
De acordo com familiares, Carlinhos Cachoeira emagreceu 16 kg, teve o cabelo raspado e está deprimido. Chegou a passar mal e precisou ser atendido por médicos.

Cachoeira está preso desde 29 de fevereiro, quando a Polícia Federal deflagrou a Operação Monte Carlo. Ele é acusado de comandar um esquema de jogo ilegal. Segundo a investigação, o grupo de Cachoeira cometeu os crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, entre outros, para sustentar uma máfia de jogos.

A Operação Monte Carlo envolve o nome de parlamentares, entre eles o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), um grupo de deputados e integrantes dos governos de Goiás e Distrito Federal. O Congresso deve instalar uma CPI nesta semana para investigar o caso.
 
*MilitânciaViva

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