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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, abril 04, 2012

Valente da "Vesga" não ganha nem disputa estudantil - 


Blogueiro da Veja:“Não vou me adaptar”

O blogueiro da Veja, Reinaldo Azevedo, era o candidato oculto de uma chapa de direita (o nome já diz tudo, Reação) que disputou o DCE da USP em eleição que se encerrou ontem. A chapa, inflada por seus posts, numa ação que mostra em que nível a Veja chegou, o de ficar disputando eleição em DCE, teve apenas 2.660 votos de um conjunto de 13.134. Todas as outras chapas eram vinculadas a movimentos de esquerda, sendo que a vencedora, “Não vou me adaptar”, recebeu 6.964 votos.
A forma como a Veja e seu blogueiro “disputaram” a eleição foi o que motivou o recorde de votos neste processo eleitoral. Em média, participam de 7 a 8 mil alunos. Neste ano os votantes quase dobraram.
Como não há segundo turno nas eleições do DCE, houve um voto útil compreensível para derrotar a direita para a chapa “Não vou me adaptar”, onde boa parte dos integrantes têm vínculos com o PSoL e o PSTU.
Como Reinaldo ainda é jovem (deve estar com uns 50) ele tem tempo para aprender com a derrota. Este blog que já passou da fase de se envolver em disputas estudantis, parabeniza os vencedores e lhes deseja sucesso nas lutas que virão, pois o processo na USP da gestão Rodas não anda nada fácil.

Mas parabeniza principalmente a comunidade acadêmica, incluindo professores e funcionários, que souberam se mobilizar pra derrotar nas urnas a direita da universidade e seus propagandistas e “pensadores”.
Não sei o que está sendo pior para o Reinaldo, perder a eleição para o DCE da USP ou ver o que está acontendo com a dupla Demóstenes Torres e Policarpo Jr.
PESCADO :

THIETRE

 RIO DE JANEIRO

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