A verdade sobre a ditadura militar, por José Dirceu
o
contrário da grande imprensa — que se faz de avestruz quando o assunto é
o reconhecimento de que a ditadura deixou muitas feridas abertas— a
juventude brasileira está viva, felizmente.
Viva
e atuante,exercendo o papel que lhe cabe: o de contestar, reagir,
refletir e, sobretudo,relembrar tantos outros jovens brasileiros —muitos
dos quais deram a própria vida em sua luta pela democracia e pela
liberdade.
Isso
ficou evidente na semana que passou, quando se completaram 48 anos do
Golpe Militar de 1964, que mergulhou nosso país nas sombras, instaurando
uma longa ditadura de 21 anos, cujas consequências nefastas para o
desenvolvimento do nosso país ainda sentimos.
Se,
por um lado, setores saudosistas das Forças Armadas contrariaram a
extinção dos atos comemorativos e insistiram em celebrar o que chamam
cinicamente de revolução, por outro lado, vários atos de jovens e
artistas, com as marcas da irreverência, condenaram os apoiadores da
ditadura e denunciaram algumas das sinistras heranças da época, como a
violência policial.
No
último domingo, 1º de abril, o intitulado Cordão da Mentira reuniu
centenas de manifestantes em São Paulo, em marcha que percorreu lugares
emblemáticos, como a sede da Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição
Família e Propriedade (TFP), o elevado Costa e Silva e a antiga sede do
Departamento de Ordem Política e Social (DOPS), entre outros locais.
Os
organizadores deixaram claro que o propósito foi revelar pessoas,
entidades e instituições que apoiaram e colaboraram com o golpe, aberta
ou veladamente.
Leia a íntegra em Ainda estamos em dívida com nossa memória
José Dirceu, 66, é advogado, ex-ministro da Casa Civil e membro do Diretório Nacional do PT
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