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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, agosto 18, 2013

euaahh ao BRASIL“Vamos nos esforçar para que esse problema (espionagem) não interfira sobre todas essas coisas”, apelou. Kerry


O esforço de Kerry para não atrapalhar negócios com Brasil


Do Brasil Econômico via site Poder Aéreo
F-X2: espionagem dos EUA fez Dilma rever posição favorável ao Super Hornet
Concorrências InternacionaisRelações Internacionais, por Fernando "Nunão" De Martini


Tentando separar o joio do trigo – John Kerry faz esforço diplomático para que espionagem não atrapalhe negócios dos Estados Unidos com Brasil-
vinheta-clipping-aereoO secretário de Estado norte-americano, John Kerry, pediu ontem que o Brasil não misture as denúncias de espionagem, feitas pelo seu governo, com as agendas bilaterais. Como pano de fundo, entre os vários interesses comerciais dos dois países, está a delicada negociação para a compra de 36 caças para a Força Aérea Brasileira, onde os Estados Unidos, através da Boeing, estariam ganhando a preferência da presidente Dilma Rousseff. Porém, depois do episódio da espionagem, a presidente teria revisto sua posição favorável ao negócio com os EUA — estimado em R$ 15 bilhões.
Em coletiva, após encontro com o ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, Kerry ignorou o apelo do chanceler brasileiro para que cesse a investigação e afirmou que os EUA vão continuar monitorando conversas de cidadãos por todo o mundo.
Ao falar sobre a parceria estratégica que vem sendo traçada entre Brasil e Estados Unidos, Patriota foi incisivo ao afirmar que, caso as implicações do episódio não sejam resolvidos de maneira satisfatória, “corre-se o risco de se projetar uma sombra de desconfiança sobre o nosso trabalho”. O ministro brasileiro lembrou que não só o Brasil, mas todos os países do Mercosul adotaram a postura de levar o assunto ao Conselho de Segurança da ONU. “É uma preocupação legítima com práticas que possam ser atentatórias à soberania dos estados e aos direitos dos indivíduos”, afirmou Patriota. Parcerias, disse o ministro, têm que ser feitas de forma transparente “e quando há desconfiança do método adotado, não é mais possível manter a confiança”.
“Eu devo ser muito claro, não posso discutir aqui as questões operacionais”, disse, por sua vez, o secretário Kerry, ao afirmar que por causa dos atentados de 11 de setembro o Congresso dos EUA aprovou a criação de um programa, supervisionado pelo Judiciário, que permite aos Estados Unidos fazerem as investigações seguindo padrões legais. “Nosso serviço de inteligência protege nossa nação, assim como acontece com outros povos. Por isso, vamos continuar fazendo”, afirmou.
Depois, o secretário pediu que se separe um tema do outro. “Peço ao povo brasileiro que se concentre nas realidades importantes entre os nossos países, que compartilham valores democráticos”, disse, citando programas nas áreas de educação, meio ambiente, ciência e tecnologia e comércio exterior. “Vamos nos esforçar para que esse problema (espionagem) não interfira sobre todas essas coisas”, apelou.
EDA 60 anos - Super Hornet apresentação 1 domingo - foto 6 Nunão - Poder Aéreo
A Presidente Dilma Rousseff deve decidir ainda este ano entre a americana Boegin F-18E/F, a francesa Dassault a Rafale F3 e a sueca Saab Gripen NG. Segundo o Itamaraty o assunto não seria tratado na visita de Kerry, mas fontes do governo afirmam que a presidente, que estava fortemente propensa a optar pela Boeing, ficou com o pé atrás desde as denúncias de espionagem foram divulgadas e deve colocar o tema na reunião que terá com Barack Obama em outubro, nos Estados Unidos.
Ontem, o comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro-do ar Juniti Saito, disse, em audiência na Comissão de Relações Exteriores do Senado, que a escolha da presidente Dilma terá como base não apenas questões técnicas, mas também geopolíticas. Saito se recusou a manifestar sua preferência, “já que primeiro é preciso ouvir a decisão da presidente”.
O comandante informou que a decisão sairá “no curto prazo”, o que deve acontecer até o fim deste ano, porque os atuais Mirage 2000 serão desativados até dezembro. “Tenho muita expectativa de que a presidente anuncie a decisão no curto prazo”, disse, informando ainda que em constantes reuniões das quais participa, com a presença do ministro da Defesa, Celso Amorim, “a presidente Dilma tem sinalizado diversas vezes que também está preocupada”.
A compra dos caças vem se arrastando desde 2001, quando o presidente Fernando Henrique Cardoso decidiu substituir os Mirage III BR. As negociações foram paralisadas em 2005, por razões econômicas, e retomadas em 2008. Em 2010, quando o governo Lula estava para se definir por comprar os Rafale da França, o negócio parou novamente.
EDA 60 anos - Super Hornet da USN taxiando após apresentação sob chuva - foto 5 Nunão - Poder Aéreo
FONTE: Brasil Econômico (reportagem de Edla Lula), via Notimp
*Nassif

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