Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, agosto 05, 2013

Maconha oficial custará US$ 2,50 no Uruguai

Maconha oficial custará US$ 2,50 no Uruguai


DESTAQUES EM

MONTEVIDÉU - A maconha no mercado oficial do Uruguai vai custar US$ 2,50 por grama, anunciou o diretor da Junta Nacional de Drogas, Julio Calzada. O preço é mais ou menos o mesmo cobrado pelo mercado negro e quem usar a sua cota mensal autorizada pelo governo gastará cerca de US$ 100.
De acordo com o projeto de lei aprovado na semana passada na Câmara dos Deputados, maiores de 18 anos podem adquirir até 40 gramas por mês numa rede de farmácias; podem também cultivar até seis pés da planta em sua casa ou formar clubes de cannabis.
- Este é um projeto que procura regular um mercado que hoje está totalmente desregulamentado e é controlado pelo narcotráfico, um mercado não transparente, no qual participam atualmente umas 120 mil pessoas - afirmou Calzada.
Segundo o diretor, o traficantes ganham cerca de US$ 30 milhões por ano no país, num mercado relacionado a outras atividades criminosas, como tráfico de pessoas, armas e lavagem de dinheiro. Calzada destacou que a lei não cria um mercado, mas o limita e passa a controlá-lo.
Uma preocupação do governo é não gerar "um turismo da maconha" no Uruguai. Para isso, será estabelecido um registro de usuários com a condição de residência no país.
*
Yahoo








Protesto na Praia de Ipanema pediu a legalização da maconha no país

Quatro dias após a Câmara do Uruguai aprovar a legalização e a regulamentação da venda da maconha no país, um grupo de cariocas resolveu fazer um protesto de maneira bem-humorada no fim da tarde deste domingo (4), na Praia de Ipanema, na Zona Sul da cidade. Às pressas, organizadores da Marcha da Maconha planejaram o ato, que assim como as outras manifestações ocorridas no Rio, foi marcado pela internet. Com faixas e cartazes, eles pediam a candidatura do presidente uruguaio José Mujica ao governo do estado do Rio de Janeiro .
Muitas faixas contra o governador Sérgio Cabral, principal alvo dos protestos no Rio, também podiam ser vistas. Por volta das 18h, os manifestantes, que estendiam cartazes com a frase “Me governa, Mujica”, pretendiam seguir em direção ao acampamento montado em frente à casa de Cabral, na Avenida Delfim Moreira, no Leblon.
O vereador Renato Cinco (PSOL-RJ), conhecido por sua luta pela legalização da droga, destacou o aspecto político da pauta. “A proibição causa muito mais violência e corrupção do que o contrário. A luta é também por questão de segurança”, explicou o vereador.
Mathias Maxx, organizador da Marcha da maconha desde 2007, explicou que o plantio em casa ou em pequenas cooperativas, de até 50 pessoas, beneficiariam a economia e a sociedade. “Ninguém teria que recorrer ao tráfico”, explicou ele.
Uruguai
A Câmara do Uruguai aprovou na noite de quarta-feira (31) a legalização e a regulamentação da venda da maconha. Agora, o projeto segue para o Senado. Aprovado, o que deve ocorrer, o país vai se tornar o primeiro do mundo a adotar tal medida.

O projeto, apoiado pelo presidente esquerdista José Mujica, prevê a criação de um órgão do governo para realizar o controle do Estado sobre a importação, o plantio, o cultivo, a colheita, a produção, a aquisição, o armazenamento, a comercialização e a distribuição da maconha e seus derivados.
A legislação prevê a criação de um Instituto Nacional de Cannabis para controlar a produção e distribuição da droga, impor sanções aos infratores e formular políticas educacionais para alertar sobre os riscos do uso de maconha.
Após o devido registro, os usuários poderão comprar até 40 gramas mensais de maconha nas farmácias, mas também será permitido o cultivo para consumo próprio ou em clubes de fumantes.
* http://coletivodar.org/2013/08/protesto-na-praia-de-ipanema-pediu-a-legalizacao-da-maconha-no-pais/

Nenhum comentário:

Postar um comentário