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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, agosto 03, 2013

Notícias do paraíso neoliberal: foram mais de 140 as concessões de emissoras de televisão cassadas nos EUA desde 1934. E se fosse a Venezuela?




EUA já cassaram 141 concessões desde 1934, segundo jornalista chileno

do Blog do Rovai

28/06/2007

O leitor que acompanha este blog sabe dos meus questionamentos a respeito de como se deu o processo de não-renovação da concessão da RCTV. Acho que o governo Chávez comete o mesmo erro de outros governos ao agir apenas politicamente no trato do direito à comunicação. Mas quando digo faz exatamente como outros governos, não é só força de expressão.

Acabo de ler uma entrevista do presidente do Colégio de Periodistas do Chile, Ernesto Carmona, em que ele diz que nos EUA a FCC, sigla da Administração Federal das Comunicações, órgão regulador que existe desde 1934, já teria fechado 141 emissoras de televisão. Entre elas 101 que não tiveram suas concessões renovadas e outras 39 que foram cassadas antes mesmo do vencimento da licença. Nesta conta, falta uma. Vamos seguir com essa apuração.

Também diz na mesma entrevista que foram revogadas recentemente concessões de emissoras no Perú, Canadá e no Reino Unido. E lembra que nesses casos a Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) não protestou.

Para o meu gosto, o fato de os EUA terem feito isso não significa que outros países devem fazer também. Mas isso revela como essa defesa da liberdade de imprensa só seve para a Venezuela e governos não-alinhados ao modelo neoliberal. É mero discurso de ocasião para certas pessoas. Não tem nada a ver com liberdade nem com imprensa. Algo que para este blogueiro precisam ser defendidas de forma radical. E que por esse mesmo motivo o faz não concordar com o modelo Chávez de comunicação. Não gosto de estatização em comunicação. Acho que basta uma TV para fazer esse papel. Prefiro que empresários, movimentos sociais, ONGs etc, façam TV em vez de governos. Mas essa é uma outra história.

Vou tentar entrevistar esse Carmona ainda hoje. E vou buscar mais informações a respeito deste assunto.

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