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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, agosto 02, 2014



Acordo de US$ 500 milhões com Japão permitirá ampliação da indústria naval

Presidenta Dilma Rousseff em reunião bilateral com o Primeiro-Ministro do Japão, Shinzo Abe. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR.
“Sua presença entre nós expressa ainda a vontade recíproca de fortalecer a cooperação bilateral nos mais diversos campos”, disse a presidenta Dilma após reunião com Primeiro-Ministro do Japão, Shinzo Abe. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR.
Brasil e Japão
Acordo entre PetrobrasAgência Japonesa de Seguro de Crédito Nexie o Banco Mizuho no valor US$ 500 milhões permitirá a construção de oito novas plataformas para a produção de petróleo em alto mar. O anúncio foi feito em declaração à imprensa após visita oficial do premiê japonês, nesta sexta-feira (1). Segundo a presidenta Dilma Rousseff, a parceria dará novo impulso à cooperação bilateral entre os países.
“Vemos com muita satisfação a associação de empresas brasileiras com empresas japonesas nos estaleiros Atlântico Sul, em Pernambuco; Enseada de Paraguaçu, na Bahia; e Ecovix-Engevix, no Rio Grande do Sul. Vamos complementar esse esforço com intercâmbio de instrutores e a qualificação profissional dos trabalhadores brasileiros.”
Dilma enalteceu também o interesse das empresas japonesas em participar das licitações ligadas a projetos de infraestrutura e logística e citou o fortalecimento entre os países na área de Ciência, Tecnologia e Inovação, com a parceria estendida em novos domínios como o espacial, o nuclear e a prevenção de desastres naturais.
Comércio e investimentos bilaterais
O comércio entre os países, que em 2013 ultrapassou a casa dos US$ 15 bilhões, foi lembrado pela presidenta. Dilma reafirmou ainda a determinação de manter a ampliação e diversificação do comércio bilateral.
“O estoque de investimento japonês em nosso país é de US$ 32 bilhões. (…) Verificamos o crescente interesse da indústria automotiva japonesa em nosso país. No último ano foram anunciados investimentos da Toyota, da Nissan, Honda, Yorozu e Bridgestone. Essa presença se expande agora para novas áreas”, analisou.
Segurança internacional
A presidenta destacou o consenso entre Brasil e Japão por reforma que contemple expansão e ampliação dos membros permanentes do Conselho de Segurança das Organizações das Nações Unidas, no sentido de mitigar antigos conflitos de grandes dimensões humanitárias sem perspectiva de solução. Na declaração à imprensa, Dilma também destacou papel da ONU na resolução de conflitos regionais.
“(…) destacamos a importância da ONU na resolução de conflitos regionais, como é o caso daqueles existentes tanto no Oriente Médio, quanto no Leste da Ásia, e a solidariedade do Brasil a toda e qualquer iniciativa que promova a paz em todas as regiões do mundo.”

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