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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, agosto 02, 2014

Conflito na Faixa de Gaza provoca vaga de antissemitismo na Europa

Europa, Faixa de Gaza, antissemitismo

O conflito entre Israel e Palestina se torna em motivo de tensão muito para além dos limites desses Estados. Uma reação à situação na Faixa de Gaza é a atual vaga de antissemitismo.

Nesta semana na Alemanha foram referidos vários casos de discriminação racial relativamente a judeus por parte de ativistas apoiantes do lado palestino no conflito. Em França, onde as ações de protesto já duram há cerca de um mês, a maioria dos ativistas pró-palestinos são pacíficos, mas alguns grupos elegem como alvos sinagogas e empresas de judeus. Na capital italiana, Roma, nas ruas surgiram desenhos de suásticas e inscrições antissemitas.
O The New York Times refere que os judeus da Alemanha e França qualificam essas formas agressivas de protesto contra o conflito na Faixa de Gaza como um sinal muito preocupante, alguns começaram a abandonar os seus locais de residência.

*http://portuguese.ruvr.ru/news/2014_08_02/Conflito-na-Faixa-de-Gaza-provoca-vaga-de-antissemitismo-na-Europa-7225/
Leia mais: http://portuguese.ruvr.ru/news/2014_08_02/Conflito-na-Faixa-de-Gaza-provoca-vaga-de-antissemitismo-na-Europa-7225/

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