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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, agosto 05, 2014

Manifesto POA NÃO EM NOSSO NOME! PELO FIM DA PARCERIA ENTRE RIO GRANDE DO SUL E ISRAEL!

NÃO EM NOSSO NOME! PELO FIM DA PARCERIA ENTRE RIO GRANDE DO SUL E ISRAEL!
O que o Rio Grande do Sul tem a ver com o genocídio do povo palestino?
No dia 29/04/2013, Tarso Genro, governador do Rio Grande do Sul, assinou protocolo com a Elbit, companhia militar de Israel, para parceria no polo aeroespacial gaúcho.
Várias entidades (entre as quais, Stop the wall e Coalition of Women for Peace) entregaram uma carta ao governador reclamando da iniciativa, que também constrangeu lideranças da Autoridade Palestina. A Elbit, afinal, é denunciada por sua colaboração na construção do muro que segrega os territórios palestinos, além de fornecer materiais de guerra para colônias judaicas consideradas ilegais pelas Nações Unidas. Principal corporação bélica israelense, há estimativas de que fature dois milhões de dólares ao dia com os contratos que detêm nessas atividades de suporte ao genocídio do povo palestino.
A gravidade das denúncias contra essa companhia já provocou reação de países europeus, incomodados com o desrespeito às resoluções internacionais. O governo norueguês, por exemplo, obrigou seus fundos públicos a venderem todas as ações da Elbit que tinham em carteira.
Do ponto de vista acadêmico, universidades gaúchas (UFRGS, UFSM, UNISINOS e PUCRS) apoiam e colaboram com essa empresa e sua subsidiaria em POA, que entrega para o Brasil e América do Sul “soluções de eficiência comprovada nos mais diversos teatros de operações" - como o assassinato de famílias na beira do mar a Gaza, de civis nas suas casas, nas ruas dos campos de refugiados, e etc.
A relação entre Porto Alegre e a empresa que patrocina mortes ao redor de todo o mundo é tão forte que há uma sede da Elbit no bairro Jardim Floresta, através de sua subsidiaria AEL Sistemas, fazendo com que o Rio Grande do Sul tenha se tornado um importante pólo de financiamento dos crimes israelenses contra a comunidade palestina.
*LatuffBrasil

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