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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, agosto 05, 2014

 (Tá no livro)

Para a Veja não basta ter jornalismo de esgoto, agora é também ter falcatrua?
E esta justiça brasileira não faz nada? Aldo


Antiga MTV foi vendida por R$ 290 milhões em dezembro do ano passado pela Editora Abril, do empresário Fabio Barbosa, sem autorização obrigatória do Ministério das Comunicações; comprador foi o Grupo Spring, mas quem realmente aparece na TV é o apóstolo Valdemiro Santiago, líder da Igreja Mundial

4 de Agosto de 2014

247 – A Editora Abril vendeu a antiga MTV em dezembro do ano passado sem a devida autorização do Ministério das Comunicações. Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, a pasta disse que até o dia 25 de julho último não havia recebido pedido de transferência de outorga do Grupo Abril, presidido por Fabio Brabosa.

A venda da licença da Abril Radiodifusão, no entanto, consta em balanço de 2013 da empresa. A negociação foi feita por R$ 290 milhões para o Grupo Spring. A emissora, no entanto, não apresenta programação nem da Abril nem do Grupo Spring. Quem aparece na telinha é o apóstolo Valdemiro Santiago, líder da Igreja Mundial.

A reportagem lembra que, embora não exista uma lei que proíba expressamente o arrendamento de parte do canal para igrejas e empresas de televenda, o negócio é alvo de questionamentos jurídicos. A participação de Valdemiro é vista como uma contraofensiva do neopentecostal, que em 2013 foi tirado pela Igreja Universal do Canal 21 (UHF), do Grupo Bandeirantes.

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