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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, agosto 08, 2014

Carta aberta de judeus brasileiros contra a guerra

Um grupo de mais de 20 pessoas que fazem parte da rede Judeus Brasileiros Progressistas elaborou uma carta aberta criticando a política militar de Israel.


Redação
Arquivo

Um grupo de mais de 20 PESSOASque fazem parte da rede Judeus Brasileiros Progressistas (JUPROG) elaborou uma carta aberta criticando aPOLÍTICA MILITARde Israel e a transgressão de normas estabelecidas pelo direito humanitárioINTERNACIONAL. O documento apela também ao governo brasileiro para que busque junto a lideranças da sociedade civil israelense e palestina a interlocução e a construção da paz. Segue a íntegra da carta:

Neste grave momento do conflito Israel - Palestino, nós, judeus brasileiros abaixo assinados, entendemos que Israel tem o direito de se defender, porém não o de transgredir as normas estabelecidas pelo direito humanitário internacional. Se é verdade que a tática de guerra do Hamas implica em desrespeito por vidas humanas, tanto de israelenses quanto dos palestinos de Gaza, repudiamos a tentativa DO GOVERNO israelense de culpar unicamente esta organização pelas mortes de civis, inclusive MULHERES E CRIANÇAS, em suas operações militares. Frente ao grande número de vidas sacrificadas é importante mobilizar todos os esforços para garantir um cessar fogo imediato. Desumanizando o outro, terminamos por desumanizar a nós mesmos.

Esta guerra resultou do impasse nas NEGOCIAÇÕES DE PAZ em meio à sistemática desqualificação da Autoridade Nacional Palestina pelo governo israelense e à continua expansão dos assentamentos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental. Cabe à comunidade das nações - incluindo o governo do Brasil - pressionar o governo israelense a mudar esta postura de procrastinação.

Apelamos ao governo brasileiro para que busque junto a lideranças da SOCIEDADE CIVILisraelense e palestina a interlocução e a CONSTRUÇÃO DA PAZ. O Brasil deve expressar sua estatura diplomática, priorizando, também na política externa, conforme estabelece nossa Constituição, a defesa dos DIREITOS HUMANOS, seja de palestinos, israelenses, curdos, sírios, dissidentes egípcios, bahais iranianos ou cristãos iraquianos.

Como judeus, repudiamos as expressões de racismo e intolerância que têm crescido em Israel e já fragilizam sua democracia. E alertamos para as manifestações oportunistas de anti-semitismo que se aproveitam da CAUSA PALESTINA para espalhar este antigo veneno e pregar a destruição de Israel. Nossa resposta está na nossa solidariedade a todos aqueles que, em Israel e na Palestina, persistem na busca de uma paz justa baseada no respeito aos direitos humanos e ao direito de AUTO-determinação de ambos os povos.

(Este texto foi construído colaborativamente com participação de mais de 20 pessoas que fazem parte da rede JUPROG - Judeus Brasileiros Progressistas, QUE TEM mais de 270 membros em 9 CIDADES brasileiras e 3 no Exterior. Será divulgado para a mídia assim que o número de assinaturas qualificadas completar 100, entrando em segunda etapa para atingir 1000 até o Ano Novo judaico, no final de setembro. É um passo para a construção de uma outra voz judaica na sociedade brasileira, independente do pensamento único e do alinhamento automático ao governo israelense que caracteriza a maior parte dos dirigentes de instituições judaicas no Brasil. Esse movimento de ruptura com o pensamento único já é forte no Estado de Israel e na maior comunidade judaica fora de Israel, a norteamericana, que tem, por exemplo, a ONG T'ruah, ex-Rabbis for Human Rights, formada por mais de 1800 rabinos comprometidos com a justiça social no seu país e em todo o mundo.)




Créditos da foto: Arquivo




Paulo Henrique Tavares - 07/08/2014
Nós da esquerda, temos de nos libertar desta armadilha de que existem bons e maus judeus. Este modelo, até hoje, apenas perpetua o sofrimento dos nossos irmãos palestinos. Beira ao ridículo, supostamente, 20 judeus (que não declararam os nomes) tomarem uma posição ou outra e por isso devemos falar: olha, existem também judeus bonzinhos, etc, etc, etc. A verdade verdadeira é que os judeus do mundo inteiro (ricos e CLASSE MÉDIA, pois não existem judeus pobres) apoiam os CAMPOS DE CONCENTRAÇÃO e outras humilhações contra os árabes e, em especial, contra os palestinos. Os ricos enviando dinheiro e armas e a classe média, servindo ao assassino IDF. Para quem não sabe, a maioria dos atos terroristas do Mossad é feito por judeus não israelenses, alguns, judeus brasileiros, destes que dizem "não ter nada a ver" com nada, etc, etc, etc. A verdade é que os judeus do mundo inteiro são um monte de privilegiados, apoiam sim o massacre do povo árabe, por pura vaidade (claro que cada um do seu jeito, num destes "jeitos" é que teve em Higienólpolis-SP, protestos "em defesa" ao estado de israel, segundo a FSP, havia 600 pessoas, ou seja, se for verdade, 30 vezes mais do que o grupo que aqui assina) O caminho, na minha OPINIão, a partir de hoje, é começar a organizar comitês pedindo o boicote de tudo que apoie israel, direta ou indiretamente, por exemplo, na página: bdsmovement.net O resto é literalmente estória para boi dormir. É equivalente dizer que o Brasil é comunista porque existe 20 pessoas que são filiadas ao PCO. É tão óbvio da ditadura da mentira que os judeus, que alguns chamam de "sionistas", criaram, que qualquer crítica aos judeus, é visto como antissemitismo, logo, como "crime". Ainda que quem cometa todo tipo de barbárie em israel, são exatamente os judeus, com apoio de 97% da população, dos quais 42% apoiam o uso de armas ainda mais letais contra os palestinos. Ou seja, eu posso criticar os chineses, os iranianos, os árabes, os russos, os estadunidenses, mas os judeus é crime. É outra armadilha que temos que nos libertar. Especialmente a suposta esquerda.

Paulo Henrique Tavares - 07/08/2014
Como disse, no comentário anterior, que foi "censurado". Assim é fácil fazer política, ou seja, fazer o que quer e "filtrar" o que não quer. A ditadura judaica deixou até a "esquerda" de joelhos.

Dan Moche Schneider - 07/08/2014
Paulo Henrique, sou judeu, pobre e de esquerda. Me chamo Dan Moche Schneider. Algum problema? Nasci num kibutz de brasileiros que se atreveram a viver concretamente seus sonhos mais igualitários. Israel nasceu nesse contexto, revolucionário. Mas também colonialista, origem desse conflito que parece interminável. Essa mentalidade colonialista está sendo posta a prova. A HERANÇA JUDAICA maior, universal, explicitada pelo sábio judeu Hilel é: não faça ao outro o que não deseja que façam a ti. Parece que para extirpar essa sombra colonialista de nascimento, o povo de Israel passa por um aprendizado coletivo. Como toda lição, ela se repetira, com intensidades crescentes de dor. Até que seja aprendida. E você, já aprendeu essa simples lição? Ou vai ficar gastando tinta na demonização do outro?

Fausto Neves Ribeiro da Silva - 06/08/2014
"Mais de 270 membros... Será divulgado para a mídia assim que o número de assinaturas qualificadas completar 100" E Carta Maior ainda dá espaço para uma iniciativa aritmética e burocrática de uma minoria inexpressiva e pouco confiável dessas

Roméro Samuel Carneiro - 06/08/2014
Essa carta deveria ter sido escrita a mais tempo. O povo brasileiro não é anti-semita,eu faço parte deste povo,e garanto que não somos e nem vamos tornar-mos "oportunistas anti-semitas",mas vamos tornar-mos anti-estado israelense,por conta das quebras de acordos,das demolições de casas,das invasões de terras,das atrocidades cometidas contra civis inocentes. Tomem atitude senhores judeus honestos e conscientes,pois do contrário serão confundidos com esta banda podre e beligerante que está metendo os pés pelas mãos. Não deixem que isto aconteça,vocês mais que ninguém,como povo,sabe o que é sofrimento Não fiquem de braços cruzados. Que DEUS os ajude neste intento.

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