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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, agosto 09, 2014

“Querem ser putas do Tio Sam? Pois paguem!”

Caros amigos,

Fiz uma pausa na minha vida no espaço “de carne e osso”, para comentar a grande novidade do dia:
● – A Rússia está proibindo, por 12 meses, todas as importações de carne de boi, de porco, frutas e legumes, carne de frango, pescado, queijos e laticínios em geral, da União Europeia, dos EUA, da Austrália, do Canadá e do Reino da Noruega, para a Rússia.
● − A Rússia também fechou o espaço aéreo para linhas europeias e norte-americanas que sobrevoem [seu] espaço aéreo para o leste da Ásia, a saber, a Região do Pacífico Asiático, e está considerando mudar os pontos chamados de entrada e saída do espaço aéreo russo, para voos europeus, agendados e charter.
Além disso, a Rússia está preparada para modificar as regras de uso das rotas transiberianas e interromperá conversações com autoridades aéreas dos EUA sobre o uso das rotas transiberianas. Finalmente, a começar nesse inverno, podemos revogar direitos adicionais concedidos por autoridades aéreas russas além de acordos prévios.
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