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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, julho 27, 2015

Aumenta a pobreza entre crianças na Califórnia 

Três milhões de crianças uniram-se ao segmento dos pobres desde 2008 no estado da Califórnia, Estados Unidos, de acordo com estatísticas citadas pela Fundação Annie E. Casey nesta semana. 


Cartum de Monte Wolverton, para o Los Angeles Daily News Cartum de Monte Wolverton, para o Los Angeles Daily News 
Considerado uma das primeiras economias a nível mundial, o estado enfrenta um alarmante problema: há mais crianças vivendo na pobreza que durante a recessão econômica de 2008-2009, refletem os dados do relatório chamado Kids Count Data Book 2015.

Desde 2008, o número de crianças vivendo em situação de penúria aumentou quase três milhões na Califórnia, de 13,2 milhões a 16,1 milhões.

As estatísticas pontuam que em 2013, uma a cada quatro crianças (18,7 milhões) vivia em famílias nas quais há um adulto com emprego em tempo integral, mas que não atinge as despesas básicas.

Laura Speer, diretora associada para a reforma política e a advocacia da Fundação Casey opinou que as médias nacionais revelam a crua realidade: milhões de crianças, particularmente negros, latinos e índios americanos, vivem à margem, em uma situação de carência.

Dados do governo da chamada ensaladeira dos estadunidenses sustentam que mais da metade das famílias hispanas, 51%, estão dentro dos parâmetros federais de insegurança alimentar.

Uma análise da organização United Ways sustenta que um dos problemas que mais incide é o elevado preço da moradia no chamado Estado Dourado.

Estas famílias têm dificuldades a cada mês para suprir suas necessidades básicas devido aos altos custos de viver na Califórnia, disse aos meios de imprensa Bryan Ha, representante da United Ways no condado de Kern, que tem uma população hispana de cerca de 51% segundo o escritório do Censo.

Um estudo da United Ways situa o número de pobres no estado em 39 milhões, quando se aplica uma variável denominada Medida do Custo Real.

Isso faz com que 40% dos lares negros, 2% dos asiáticos e 20% dos brancos não latinos, sejam também considerados dentro da qualificação de pobreza.

A pesquisa encontrou também que de acordo com os custos reais da Califórnia, o orçamento anual para uma família de dois adultos e duas crianças deve ser de US$ 64.429, cifra superior aos US$ 28 mil que ganham duas pessoas trabalhando em tempo integral com um pagamento de salário mínimo e recebendo os subsídios do governo.

Fonte: Diário Liberdade
 

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