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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, julho 20, 2015

É o momento de nos unirmos contra todos os golpes e na defesa de nosso país.

A reação aos ataques da direita golpista

 
Por Jandira Feghali, no site Vermelho:
O PSDB chega ao poder na década de 90 e viabiliza um projeto de venda das principais estatais do Brasil jamais imaginado pelos corações patriotas. A Era FHC promoveu o maior ataque privatista ao patrimônio nacional. Puseram despudoradamente à venda gigantes como a Vale do Rio Doce, a Companhia Siderúrgica Nacional e a Telebrás. Ao todo foram “incineradas” 125 empresas em todo país.

A Vale, por exemplo, foi vendida em 1997 pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso por míseros US$ 3,558 bilhões, a mesma quantia que atualmente costuma lucrar em apenas um único trimestre. Não foi uma venda, mas uma verdadeira entrega, quase uma “doação”.
 
Mesmo distantes da Presidência da República, após quatro fracassos seguidos nas urnas, tentam a qualquer custo avançar em seu projeto entreguista em prol de empresas internacionais. Parece piada que alguns partidos brasileiros hajam de acordo com os interesses imperialistas de outros países, principalmente os Estados Unidos. Um alinhamento fervoroso.
 
Ao menos cinco projetos de lei, todos de autoria da oposição na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, tramitam atualmente com o objetivo de reduzir a exploração da Petrobras nos campos do pré-sal. Se aprovados, reduziriam drasticamente o lucro da empresa brasileira e extinguiriam investimentos do Governo Federal em saúde, educação e aportes para o Fundo Social, regras já avalizadas pelo Parlamento. O impacto, segundo especialistas, seria de R$ 150 bilhões.
 
Além disso, a empresa deixaria de investir em conteúdo nacional, de forma que a construção de novas plataformas e outros projetos poderiam ser encomendados lá fora, gerando menos empregos e tecnologia aqui. Parece má-fé diante das dificuldades na economia: recentemente, mais de mil empregados de estaleiros no Rio de Janeiro foram demitidos.
 
É fato que a oposição se tornou uma máquina de ataque ao Brasil. Diante da prolongada ressaca das urnas e do desespero pelo poder, flertam com o golpismo de grupos que atentam contra os pilares mais básicos da democracia. Ou seja, além de tentar retomar a entrega de nossas riquezas, os tucanos, atentam contra o Estado Democrático de Direito ao fazer coro a grupos que pedem o retorno da Ditadura ou impeachment – bandeira sem sustentação técnico-jurídico. A intolerância, o preconceito, inclusive de gênero e o ódio têm sido a tônica.
 
Nossa voz tem sido de resistência na defesa da democracia, do mandato constitucional da presidenta Dilma Rousseff e a soberania do país. Este é um chamado público a todas as forças progressistas que reconhecem e valorizam o voto, a liberdade de expressão e a importância da manutenção do patrimônio brasileiro.
 
É o momento de nos unirmos contra todos os golpes e na defesa de nosso país. Na política e na vida, é preciso ter lado, com a coragem necessária para impedir que os derrotados nas urnas voltem ao poder sem a legitimidade do voto popular, mas no tapetão.

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