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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, julho 29, 2015

Com presença maciça de cubanos, Mais Médicos melhora acesso de indígenas à saúde no Brasil



Grupo de 582 especialistas atende a uma população de 666 mil indígenas que vivem em cinco mil 700 aldeias, localizadas a maior parte na zona norte do país

Ministro da saúde em 2013 e médicos do "Mais Médicos". Por Efe
Da Prensa Latina

O programa “Mais Médicos” incrementou a presença de profissionais da saúde nos 34 distritos indígenas especiais do Brasil, o que permite hoje atender a uma população de 666 mil nativos. 

Esta iniciativa, lançada em julho de 2013 pela presidente do Brasil, Dilma Rousseff, constituiu uma oportunidade para contar com 582 médicos nas zonas mais intrincadas e em especial na Amazônia, onde se concentra a maior população de aborígenes desta nação, destacou o secretário de Saúde Indígena, Antonio Alves. 

Graças a este programa, conseguiu-se contar com um maior número de médicos em áreas de difícil acesso, com comunidades que falam um dialeto diferente e de costumes muito próprios, ressaltou. 

Do total de 582 especialistas da saúde, a maioria (292) são cubanos, outros oito são brasileiros graduados no exterior, enquanto o resto nacionais deste e outros projetos de saúde, explicou.

Assista: 
Médico cubano resgata saber indígena na Amazônia
Médicos cubanos atendem a mais de mi comunidades indígenas

Este grupo atende a uma população de 666 mil indígenas que vivem em cinco mil 700 aldeias, localizadas a maior parte na zona norte do país, indicou ao destacar que devido às dificuldades de acesso a essas áreas, os médicos trabalham 30 dias e regressam às cidades durante 15 dias. 

Quando não é possível tratar a um nativo em sua aldeia, deve ser transladado às localidades com hospitais, acompanhados de enfermeiros ou assistentes sociais que se encarregam uma vez curados de retornar às suas aldeias, completou. 

Quando não é possível tratar a um nativo em sua aldeia, deve ser transladado às localidades com hospitais, acompanhados de enfermeiros ou assistentes sociais que se encarregam uma vez curados de retornar às suas aldeias, completou.


A presença dos médicos nestes povos propiciou assim mesmo que seja menor agora o número de pacientes transladados a hospitais, bem como se observa uma redução das epidemias e doenças comuns. 

Para o secretário de Saúde Indígena, o fato de contar com um médico em uma destas comunidades gera segurança e confiança em que algum doente não morra por um simples padecimento. 

Uma característica de Saúde Indígena é respeitar as tradições da cada povo, seus curandeiros e o uso de ervas naturais no trabalho e nesse sentido Alves destacou o trabalho dos cubanos que utilizam também ervas em seus tratamentos. 

"Para eles [médicos cubanos e outros estrangeiros] esta é uma experiência valiosa, porque não há indígena de onde eles vêm e podem aprender muito desta cultura e suas tradições”, enfatizou. 

Segundo dados oficiais, este programa conta com 14.462 profissionais da saúde, dos quais mais de 11.400 são cubanos, que prestam serviços em 3.785 municípios e os 34 distritos indígenas do Brasil.

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