Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
sexta-feira, julho 17, 2015
Mantega contribui para deter a onda fascista.
MANTEGA IDENTIFICA E PROCESSA SEUS AGRESSORES
Eles se chamam José João Armada Locoselli e Marcelo Maktas Melsohn; foram os dois que, no último dia 28 de junho, acompanhados das respectivas esposas, agrediram o ex-ministro Guido Mantega (dir.) no restaurante Trio, em São Paulo, chamando-o de "ladrão" e "palhaço", entre outros impropérios; agora, a dupla responderá pelos crimes de calúnia, injúria e difamação; caso sejam condenados, poderão ficar mais de um ano atrás das grades; ação conduzida pelo criminalista José Roberto Batochio (esq.) pede que os "boquirrotos e detratores" recebam a "pedagogia adequada"; iniciativa judicial do ex-ministro Mantega é um importante passo para conter a onda fascista que se alastra pela sociedade brasileira
15 DE JULHO DE 2015 ÀS 21:28
SP 247 – O ex-ministro Guido Mantega, que foi agredido gratuitamente no último dia 28 de junho, no restaurante Trio, em São Paulo, deu um importante passo para conter a onda fascista que se alastra pela sociedade brasileira. Identificou e decidiu processar os dois grã-finos que o insultaram num restaurante de alto padrão, em São Paulo.
Eles se chamam José João Armada Locoselli e Marcelo Maktas Melsohn. Foram os dois que, naquele domingo, acompanhados das respectivas esposas, xingaram o ex-ministro, chamando-o de "ladrão" e "palhaço", entre outros impropérios.
Agora, a dupla responderá pelos crimes de calúnia, injúria e difamação. Caso sejam condenados, poderão ficar mais de um ano atrás das grades.
A ação, conduzida pelo criminalista José Roberto Batochio, ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, pede que os "boquirrotos e detratores" recebam a "pedagogia adequada".
A agressão a Mantega, gravada por um celular, foi divulgada em primeira mão pelo 247, num vídeo que viralizou na internet.
– Ladrão, ladrão, sim senhor, palhaço, sem vergonha, sem vergonha, é isso o que o senhor é – disse um dos agressores.
– Estão acabando com esse país. Acabaram com a Petrobras, acabaram com tudo – gritou outro.
– A gente não vai mais aguentar calado – afirmou a acompanhante de um dos agressores, que, em vez de conter a estupidez alheia, embarcou na mesma onda de agressividade.
Ao processá-los criminalmente, Mantega contribui para deter a onda fascista.
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