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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, julho 21, 2015

O pastor Feliciano é um dos idealizadores do estapafúrdio projeto de lei de criminalização da “cristofobia”.





Pastor e Deputado Marco Feliciano aparece em vídeo hostilizando a comunidade católica, ele ofende os católicos chamando de demoníacos e prostitutas de satanás

Por Tiago Minervino

Defensor da família tradicional brasileira e sempre predisposto a disseminar o ódio contra a comunidade LGBT, está circulando um vídeo na internet que mostra o deputado federal e pastor Marco Feliciano (PSC – SP) acusando os católicos de “demôniacos” e “prostitutas de satanás”.
O vídeo desmascara o caráter hipócrita do pastor que até anteontem saiu em defesa da comunidade católica, diante a polêmica da transexual Viviany Beleboni que veio crucificada na Parada Gay de São Paulo no último dia 7. Feliciano acusou os gays de profanos, mesma palavra que o deputado usa para se referir aos católicos “as pessoas que utilizam crucifixo no pescoço profanam o cristianismo”.
Assim como a cruz, o crucifixo usado no pescoço, é uma das marcas dos adeptos do catolicismo.
“Eu conheço o Deus de Paulo (Paulo foi um dos mais famosos e importantes personagens bíblicos responsáveis por disseminar o catolicismo no mundo). Não é o Deus dessa religião (católica) MORTA e FAJUTA em que você está. Se há algum católico entre nós aqui, o que eu duvido muito, mas, se tiver, deixa eu explicar uma coisa. Primeiro: você não pode sentir aquilo que nós sentimos sem experimentar o Deus que nós sentimos”, afirma Feliciano, que satiriza a fala de um católico “’Não, pastor, não pastor, mas eu sou carismático. Até aprendi a falar em línguas.’ Esse avivamento é o avivamento de Satanás”, brada, do alto do púlpito o pastor deputado.
Como já é de costume em suas “pregações”, o pastor que afirma não ser homofóbico, finaliza o culto criticando e acusando homossexuais de “pederasta”.
“O meu Jesus não foi feito para ser enfeite de pescoço de homossexual nem de pederasta nem de lésbica“, conclui.

*O vídeo havia sido divulgado pelo Jornal Extra, mas foi em seguida retirado da internet, só que não a tempo dos internautas fazerem cópias.



Feliciano midiático

Marcos Feliciano virou “celebridade” nacional em 2013 quando foi eleito para presidir a Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados. A decisão gerou polêmica, pois, em suas redes sociais, o líder religioso já havia se auto-proclamado racista e homofóbico.
Embora afirme não ter “nada contra homossexuais”, o pastor não cansa em querer transformar gay em hétero, e até proclamou uma “cura gay”.

Feliciano Charlatão?

Com o advento em nível de se tornar uma das pessoas mais populares no país, já há aproximadamente pouco mais de dois anos, logo começaram a surgir na internet detalhes curiosos da vida do político e pastor.
No YouTube, um vídeo bastante famoso e controverso apresenta o pastor criticando um fiel que se recusa a dá a senha do cartão.
“É a última vez que eu falo: Samuel Souza doou o cartão, mas não doou a senha. Assim não vale!”, afirma Marcos Feliciano.
Antes de criticar o fiel que se recusa a revelar a senha do cartão, o pastor pede para que assim que chegar a seus respectivos lares, os fiéis, façam doações/depósitos para “o Senhor”.



Cristofobia

O pastor Feliciano é um dos idealizadores do estapafúrdio projeto de lei de criminalização da “cristofobia”.
A maioria absoluta da população brasileira é católica, e esta não foi a primeira, e provavelmente não será a última vez em que Feliciano se prontifica a criticar e blasfemar contra o catolicismo.
Seria então o pastor enquadrado como “cristofobico”? Marcos Feliciano é rápido em se vitimizar, e afirma ser vítima de perseguição religiosa. Ao mesmo tempo em que é o primeiro a perpetuar à intolerância religiosa.

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