Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, julho 23, 2015

EUA indo à esquerda, Brasil à direita

occ2
Esse mundo é mesmo uma caixinha de surpresa.
Enquanto Brasil, estimulado por nossa mídia reacionária, entreguista, golpista, etc, caminha a passos largos na direção da direita, confiando apenas em igreja, forças armadas, juiz e polícia, os EUA seguem o caminho contrário.
Os americanos estão indo rapidamente para a esquerda. A legalização da maconha já é realidade em vários estados. Aborto, casamento gay, idem.
Em várias cidades americanas, há um programa social em que o governo paga o aluguel de casas ou apartamentos para sem-seto.
Nova York elegeu um prefeito ultra-esquerdista, o Bill de Blasio.
E agora uma pesquisa do instituto Pew revela que 73% dos americanos aprovam a reaproximação de EUA com Cuba.
É um percentual inclusive bem maior do que o de brasileiros que apoiam a mesma coisa: 67%. E olha que não tivemos aqui a mesma enxurrada de propaganda negativa contra Cuba da qual os americanos já foram vítimas.
Qual a principal diferença entre EUA e Brasil, e que explica isso: nos EUA, não há nenhuma TV exercendo um monopólio tão brutal sobre a comunicação, como a Globo. Nos EUA, existem leis que proíbem a propriedade cruzada: empresas que são donas de canais de TV não podem ter rádios, jornais ou editoras. E vice-versa.
Aqui, o monopólio da Globo é brutal.
A Globo domina a TV aberta, a tv fechada, o sistema de rádio, o cinema, as revistas semanais, os jornais impressos.
Lula proporcionou a revolução do consumo, permitindo que todo brasileiro comprasse várias TVs, quase sempre enormes. Os bares se encheram de tvs gigantescas.
Quase todas ficam ligadas na Globo, e o governo ajudou a construir o monopólio, dando quase dez bilhões de reais de propaganda à família Marinho.
Agora, que há um debate mais acirrado para mudar isso, a própria Globo joga pesado para derrubar o governo e botar um marionete sua no poder.
***
Na Folha.
Reaproximação com Cuba é aprovada por 73% nos EUA, diz pesquisa
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
21/07/2015 20h07
Quase três quartos dos americanos apoiam a retomada das relações diplomáticas com Cuba e o fim do embargo ao país comunista, mostra pesquisa do Centro de Pesquisas Pew divulgada nesta terça-feira (21).
Segundo o levantamento, 73% dos americanos aprovam a reaproximação promovida desde dezembro por Barack Obama e Raúl Castro. A respaldo é dez pontos percentuais maior que o registrado em janeiro.
Um percentual similar, 72%, é a favor do fim da queda das restrições comerciais entre os dois países. Bandeira do regime cubano e defendido pelo Obama, o término do embargo precisa ser oficializado pelo Congresso.
Pela primeira vez, a maioria dos eleitores republicanos também dá apoio à flexibilização das relações (de 40% para 56%) e ao fim do embargo (47% para 59%). A opinião dos votantes contraria a tática dos políticos do partido.
A maioria dos dirigentes republicanos, incluindo candidatos presidenciais, critica a retomada das relações com Cuba e considera que se deve manter a pressão do regime de Raúl Castro para forçar uma transição democrática.
A pesquisa foi feita entre 14 e 20 de julho com 2.002 adultos. A margem de erro calculada neste levantamento é de 2,5 pontos percentuais para mais ou para menos.
No Brasil, 67% dos entrevistados aprovam a retomada das relações com Cuba e 71% o fim do embargo econômico, índices mais baixos que a aprovação nos Estados Unidos. Além do Brasil, só o México tem menor apoio (54%).
A maioria dos brasileiros e mexicanos consultados também têm uma visão negativa da ilha. No caso brasileiro, 70% dos entrevistados dizem não ter confiança no ditador Raúl Castro.
O percentual é três pontos menor que a fatia de venezuelanos que não confia no ditador. Em todos os países, a retomada das relações entre EUA e Cuba tem maior apoio entre os mais ricos.
A pesquisa foi feita com 6.000 pessoas no total, sendo mil de cada um dos seis países, entre 6 de abril e 8 de maio. As contas totais foram feitas levando em consideração a proporção populacional dos países no levantamento.
*OCafezinho

Nenhum comentário:

Postar um comentário